Nem o começo dos leilões de contratos de opção de venda do café do governo brasileiro, no dia 13 passado, com nova operação na sexta-feira, evitou que os preços continuassem caindo no mercado internacional. A semana voltou a ser de perdas, com as cotações recuando aos patamares mais baixos desde julho de 2009 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), que baliza a comercialização internacional do arábica.
O sentimento é de tranqüilidade para os compradores globais, e isso impede uma reação nos preços. O Brasil finaliza a colheita de uma boa safra, recorde para um ciclo baixo produtivo na bienalidade cafeeira, o clima é favorável para as floradas que vão levar à safra 2014, e agora no final do ano ainda entram as safras da Colômbia e da América Central de arábicas de alta qualidade.
um prato cheio para a demanda, com as grandes torrefações pelo mundo mantendo compras da mão-para-boca, com estoques curtos, sabendo que existe boa oferta com as origens. O Vietnã começa a colheita do robusta também agora em outubro, o que completa o cenário de tranqüilidade para os consumidores.
Na Bolsa de Nova York, o contrato dezembro do arábica fechou a quinta-feira passada a 115,80 centavos de dólar por libra-peso. Depois de testar a linha de US$ 1,20 e rompê-la, o mercado busca um novo fundo, e tem as cotações mais baixas dos últimos quatro anos. Em relação ao fechamento da semana passada, NY já acumula queda de 3,5% (até a quinta-feira), e recuou também na sexta-feira, aprofundando o buraco da semana. Na Bolsa de Londres, perdas de 3,4% na semana até a quinta-feira, no contrato novembro.
O dólar também vem jogando contra, mantendo trajetória de recuo depois das recentes altas. E isso completa o cenário negativo para a formação de preços do café no Brasil. No comercial, a moeda americana acumula queda de 3,5% na semana até a quinta-feira passada.
Desta forma, o mercado físico brasileiro, em que pese a determinação dos produtores em evitar a venda, segue com quedas nas cotações. No sul de Minas, na semana o café arábica bebida boa acumula baixa de 5,3%, recuando de R$ 285,00 para R$ 270,00 a saca. Já o conillon tipo 7 em Vitória (ES) caiu de R$ 235,00 para R$ 229,00, baixa de 2,5%.
Veículo: Diário do Comércio - MG