Produtos ganham sotaque regional

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Consumidor dos Estados do Nordeste desperta interesse de grandes empresas nacionais e multinacionais

O nordestino se tornou o "queridinho" das empresas de bens de consumo. Multinacionais como a americana P&G, a anglo-holandesa Unilever e a japonesa Nissin-Ajinomoto estão desenvolvendo produtos sob medida para o gosto e necessidades do consumidor local, em um esforço de ganhar mercado em uma das regiões que mais cresce no Brasil.

A Nissin-Ajinomoto, por exemplo, criou uma linha de macarrão instantâneo especificamente para os nordestinos. Nesses Estados, o cliente encontra o Miojo sabor queijo coalho e carne de sol, por exemplo, produtos que não estão nas prateleiras dos supermercados do restante do País. "O nordestino têm um paladar bastante regional. Pretendemos estar cada vez mais próximos desse consumidor", disse o gerente-geral de marketing da empresa, Toshiro Tsuboi.

Os produtos regionais são feitos na fábrica da Nissin-Ajinomoto em Glória do Goitá, em Pernambuco, que foi inaugurada no fim de 2012 e recebeu investimento de R$ 46 milhões.

O investimento da Nissin-Ajinomoto no Nordeste se explica em números: o consumo de macarrão instantâneo cresceu 13,4% ao ano nos últimos dez anos na região e já responde por 25% desse mercado no Brasil, resume Tsuboi.

A explosão do consumo na região não é generalizada. Nas 133 categorias de produtos auditados pela Nielsen, as vendas cresceram 2,4% em volume no Nordeste em 2012. No Brasil, a mesma cestas de produtos se retraiu 0,6% no período.

"O Nordeste é nosso mercado mais atrativo. As vendas lá em diversas categorias crescem 50% mais ou até o dobro da média da Unilever ", disse o vice-presidente de vendas da Unilever Brasil, Julio Campos.

Para agradar ao consumidor – e vender mais –, a companhia estudou as preferências e necessidades específicas da região e adaptou seus produtos. O sorvete Kibon, por exemplo, tem uma linha exclusiva para as Regiões Norte e Nordeste, feita para suportar o calor local e demorar mais para derreter.

A empresa também desenvolveu um sabão em pó sob medida para a dona de casa dessas regiões – a marca Ala, com 21% das vendas no Nordeste. Como muitos clientes ainda lavam roupa no tanque ou em bacias e, por isso, molham mais a embalagem, a Unilever desenhou o produto em uma caixa de plástico em vez de papel, como é mais comum na categoria.

Para a concorrente P&G, o Nordeste é um mercado tão importante que os produtos lançados no Brasil já são desenhados para contemplar os gostos do nordestino. "Nessa região, o cheiro pesa mais na decisão de compra de produtos de limpeza do que no restante do Brasil", explica a diretora de marketing e comunicação da empresa, Gabriela Onofre. Por isso, antes de lançar o amaciante Downy no Brasil, a empresa testou as fragrâncias em São Paulo e nos Estados do Nordeste.

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


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