Dia da Criança: Moda infantil revela nova tendência para presentes

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Comportamento moderno alterou o gosto de meninos e meninas, que têm mais interesse pelo vestuário

Quixadá. Tradicionalmente os brinquedos são a primeira opção dos pais como presente para o Dia da Criança. Porém, em Quixadá, o setor lojista está encontrando na moda infantil uma alternativa interessante e economicamente viável, para o consumidor e para o comerciante. Além do carrinho de controle remoto e da boneca, os preferidos, o interesse por um bom conjunto de roupa com as novas tendências das passarelas está aumentando. Hoje, mais de 10 lojas se dedicam à comercialização de confecções para crianças na cidade. Os lojistas comemoram as vendas, principalmente nesta época do ano. Crescem pelo menos 30%.

Além do interesse da clientela infantil pela moda, algumas lojas estão incrementando os negócios com uma boa dose de criatividade. A Mágica é uma delas. O empresário Petrônio da Silva, proprietário da loja, resolveu criar um espaço exclusivo para os pequenos. Até o mostruário tem um toque especial.

Quando entram acabam se sentindo atraídos por um hall somente deles, como se fossem gente grande. A iniciativa rende acréscimo nas vendas, de confecções, em torno dos 20%. Apesar da seca e da greve dos bancários, até o dia 12 o faturamento deve crescer pelo menos mais 20%, um percentual bom se comparado ao pessimismo de alguns.

Também com mais de 20 anos no ramo, a proprietária da Cristina Presentes, Cristina Brasileiro, considera esse período o melhor do ano para as vendas na sua loja. O faturamento aumenta em torno de 80%. Desempenho melhor, conforme avalia, somente no Natal.

Parte do sucesso está relacionado a tradição do seu estabelecimento, um dos mais antigos e especializados em moda infantil da cidade. O restante está no gosto pela moda, sempre acompanhando as novas tendências. Mas os negócios melhoraram mesmo nos últimos anos.

Decisão

As crianças, na maioria as meninas, estão ficando cada vez mais decididas. A mídia, principalmente na internet, também está ajudando muito, de acordo com os comerciantes.

Na opinião da professora Lúcia Bonfim, com a expansão dessa opção comercial e o novo comportamento infantil ela está conseguindo unir o útil ao agradável. Para felicidade dela e tristeza do marido, teve três filhas, hoje na faixa etária dos 7 aos 12 anos. Há dois as filhas trocaram os brinquedos por presentes mais interessantes e pouco comuns para as crianças, como vestidos, shortinhos e blusas. Também ganham os acessórios, como bolsas e cintos. Ela gasta em média R$ 200,00 por filha, mas não reclama. Como está próximo do fim do ano, quando chegar o Natal já estarão com o novo look no guarda-roupa. "As meninas de hoje em dia não querem mais casinha de brinquedo. Querem ficar bonitas para as fotos na internet", completa.

João Paulo Ferreira, de 12 anos, aspirante a médico, essa estória de ficar brincando de carrinho ou aviãozinho também não "rola mais", como diz. Colocar na rede social uma foto agarrando algum brinquedo vai ser motivo de deboche dos amigos, principalmente das paqueras. Melhor ganhar um bermudão e uma blusa com as estampas da hora. Outros acessórios como o cinto e até os óculos, também são bem vindos no Dia das Crianças. No ano passado ele trocou o caminhão truncado de controle remoto por um celular com internet. Não se arrependeu. Agora precisa sempre andar elegante, bonito. A mãe não resiste aos seus argumentos, enfatiza.

Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixadá, Júnior Capistrano o segmento lojista de confecções infantis é muito importante para a economia local. Representam cerca de 10% do faturamento do varejo. Para atender a demanda já existem até algumas fábricas de confecções infantis na cidade. Esse conjunto, embora aparentemente pequeno, está na mesma proporção em relação aos maiores centros comerciais do país, ressalta.

Moda

Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as crianças do novo século estão cada vez mais ligadas na moda. Influenciadas por ídolos "teen", elas procuram acompanhar as principais tendências em relação ao corte de cabelo, maquiagem e, principalmente, roupa. A pesquisa foi feita pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (ABIT).

De acordo com o estudo, o setor produz um bilhão de peças infantis por ano. Além das lojas, as indústrias, inclusive as pequenas, estão se dedicado ao setor de moda infantil de luxo, oferecendo marcas já exploradas pelos adultos, Pelos dados levantados pela ABIT esse interesse pelo setor se justifica com a expressiva receita total de US$ 4,5 bilhões, somente no Brasil.



Veículo: Diário do Nordeste


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