Licopeno contido no tomate não desaparece com o cozimento, ao contrário, a absorção pelo corpo aumenta quando aquecido
Um fruto muito presente na dieta do brasileiro é também um grande aliado da saúde. O tomate, que já chegou a altos preços este ano, é fácil de ser encontrado nos supermercados e feiras em variações e preços mais honestos atualmente. É muito rico em licopeno, esse antioxidante que ganhou destaque em algumas pesquisas por ter ação anticancerígena, ajudando a prevenir principalmente o câncer de próstata, conta a nutricionista Flávia Pinto Cesar, de Rio Preto.
O licopeno é o que dá cor ao tomate, pois pertence ao grupo dos carotenoides, que estão como segundo pigmento mais importante para a fotossíntese. Segundo a nutricionista Cintya Bassi, do hospital São Cristóvão, de São Paulo, "o licopeno tem sido apontado como um dos principais antioxidantes e atua na proteção do organismo contra os radicais livres".
Além de prevenção de câncer de próstata, a substância presente no tomate auxilia contra outros tipos da doença, como câncer no fígado, esôfago, cólon e reto, assim como doenças cardiovasculares como infarto e aterosclerose, destaca Cintya. O interesse do licopeno é que ele não desaparece com o cozimento, mas intensifica seus níveis ao ser aquecido.
Em menos quantidade, o licopeno também é encontrado no mamão, melancia, goiaba vermelha, pitanga, beterraba e pimentão. As variações de tomates como o cereja, caqui e paulista, possuem valores diferentes de liberação de licopeno, principalmente se o fruto for consumido cru, em salada.
"A absorção do licopeno é menor do que quando consumimos o fruto ou seus produtos após o aquecimento, pois o processo térmico torna a substância mais biodisponível", diz Cintya. Um suco de tomate possui cerca de 150 mg de licopeno por litro da bebida.
Mas não só de licopeno que o tomate é feito. Sua boa fonte de potássio auxilia no equilíbrio celular e previne inchaços, edemas e cãibras. "Também é rico em vitamina A, ideal para a saúde da pele e do cabelo, e vitamina C, fundamental para aumentar a imunidade contra gripes, reduzir o estresse e favorecer cicatrizações da pele, além de ser matéria-prima para produção de colágeno", destaca a nutricionista Flávia.
Molho preserva antioxidante
Alimentos não naturais, como extratos e molhos de tomate e catchup, também possuem o antioxidante licopeno. A cada um quilo de catchup, por exemplo, é encontrada a quantidade de 100 mg de licopeno. "A quantidade de licopeno nos produtos industrializados varia de acordo com a composição do alimento de origem e das condições de processamento", informa a nutricionista Cintya Bassi.
No entanto, a nutricionista Flávia Pinto Cesar pondera que as fontes em que o tomate é processado, embora não perca o licopeno, tem altas concentrações de sódio e açúcar, no caso do catchup."O indicado é preparar o molho em casa, com pouco sal ou condimentos prontos. Priorizar o uso de ervas naturais, como manjericão, orégano, alecrim, tomilho e salsinha", recomenda Flávia.
Ressalvas
Apesar de alguns estudos destacarem que o licopeno, presente principalmente no tomate, é protetor contra o câncer de próstata, há linhas de pesquisa que pedem ponderação sobre o assunto. Outro ponto muito abordado é que os pesticidas usados em larga escala nas plantações do fruto podem influenciar o desenvolvimento de células cancerígenas no organismo, mas não há um consenso absoluto sobre a carga do agrotóxico.
Também precisam ser consideradas as variáveis e pré-disposições genéticas ao câncer. Um exemplo é em relação aos fumantes: não significa que todos os fumantes vão desenvolver câncer de pulmão.
Veículo: Site Diário Web