Damasco fresco é pouco utilizado

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Apesar de ser uma fruta repleta de qualidades nutricionais, o damasco fresco é pouco utilizado na cozinha do brasileiro. Praticamente inexiste cultivo em escala comercial, e a importação também é pequena: em 2007, foram pouco mais de 380 toneladas, volume irrisório em comparação com a cereja (2.000 toneladas), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior e do Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas).

 

Embora seja muito apreciado fresco nos locais onde é encontrado, boa parte da produção mundial se destina a secagem ou processamento pela indústria. Na China, de onde é nativo, os frutos eram preservados também com salga ou defumação até o século 7º. A geleia de damasco, feita com a fruta seca ou fresca, não acompanha somente pães, mas é importante também na confeitaria.

 

A boa notícia é que o damasco seco possui concentrações de minerais e de retinol, precursor da vitamina A, muito superiores às do damasco fresco -a ruim é que as calorias seguem o mesmo padrão. Enquanto em cem gramas da fruta fresca há 54 calorias, no damasco seco encontram-se 131.

 

De acordo com a nutricionista Lara Natacci Cunha, da USP, a fruta tem propriedades calmantes, diuréticas e digestivas. "Do ponto de vista nutricional, possui 86% de água, 12,5% de carboidratos, vitaminas -principalmente A, B1, B2 e C- e minerais, sobretudo sódio, potássio, fósforo, cálcio e ferro", diz.
Parente próximo da ameixa, do pêssego e da cereja, é cultivado há 4.000 anos na China. Acreditando que a fruta fosse nativa da Armênia, os gregos chamaram-na de "ameixa da Armênia". Os romanos, impressionados com sua maturação precoce, apelidaram-na de "praecocium", do qual deriva o nome "apricot" (damasco, em inglês), segundo a enciclopédia "The Penguin Companion to Food", de Alan Davidson.

 

Hoje, a fruta é cultivada em diversas partes do mundo. "A diversidade encontrada no grande cinturão do damasco [da Turquia à Ásia Central] é impressionante: damascos brancos, pretos, cinzas e "pink", do tamanho de ervilhas a peras, com sabores igualmente variados", escreveu Davidson.

 

A artista plástica Sheila Mann Hara, há mais de 35 anos no Brasil, recorda-se dos damascos secos que sua mãe preparava durante sua infância no Líbano. "As frutas inteiras eram colocadas em uma assadeira com açúcar, cobertas por uma lâmina de vidro e deixadas ao sol por duas semanas. Elas se desidratam e formam uma calda. É a coisa mais gostosa que tem", afirma.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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