Pães artesanais fazem a diferença no mercado

Leia em 3min 10s

Alimento milenar e democrático, o pão vem se reinventando com o passar dos anos. Para atender a um público cada vez mais exigente, as padarias se modernizam e oferecem opções incrementadas. Na contramão, há quem trabalhe praticamente sem concorrência produzindo pães que se diferenciam pelos ingredientes ou pela forma de preparo.

 

Há onze anos, Nelson Kataoka produz pães totalmente artesanais e sem química. Ele segue o conceito das boulangeries (padarias) francesas, onde a ordem é não usar produtos químicos nem massa congelada. A receita inclui farinha especial e fermentação natural. E exige tempo. O resultado é um alimento mais leve e saudável, porém com curto prazo de validade. É um pão para ser consumido no dia.

 

''Desde o início, minha preocupação sempre foi com a ética alimentar. Foi isso que me levou a produzir pães'', afirma Kataoca, um veterinário que deixou de lado a profissão para abrir a Nelson Boulangerie, em Londrina. Ele passou nove meses fazendo cursos no Japão, onde aprendeu a fazer pães de diversos lugares do mundo. Depois, viajou para conhecer, na prática, a produção de outros países.

 

Apesar do ambiente requintado que chama a atenção, o diferencial da Nelson Boulangerie está na produção artesanal e na forma de apresentar os pães. Os produtos ficam dispostos sob uma iluminação especial e os próprios consumidores se servem.

 

O local oferece 30 tipos de pães salgados, doces, com e sem recheio, das cozinhas francesa, italiana, japonesa, alemã e do Oriente Médio. Há opções a partir de R$ 0,40 até R$ 4. O italiano ciabatta e os franceses baguete especial com gergelim, croissant e petit estão entre os mais pedidos. O petit é a versão artesanal do conhecido pãozinho francês. Segundo Kataoca, o desafio é fazê-lo ficar gostoso sem usar gordura e química.

 

O pão 100% integral assado no forno a lenha é o carro-chefe da produção da Comunidade Doze Tribos, em Londrina. O produto segue o conceito de alimentação natural do grupo, que está espalhado por diversos lugares do mundo. A principal curiosiodade está na farinha, feita a partir de trigo moído por eles mesmos.

 

''Compramos o trigo, selecionamos e moemos num moinho de pedra de aproximadamente 100 anos de idade. Dessa forma, conseguimos manter as características originais do trigo'', conta Lev Sameach, responsável pela produção de pães na comunidade. O trigo é passado quatro vezes no moinho para virar farinha. O processo só permite a moagem de 400 a 500 quilos por dia, o que limita a produção. Os pães são feitos aos domingos e quartas-feiras, num total semanal de 300 a 400 unidades (500 gramas cada).

 

Há três tipos de pães integrais. O de receita básica (farinha integral, mel, óleo de milho, lecitina de soja, fermento biológico fresco, vinagre de maçã e sal marinho), o que inclui também linhaça e gergelim, e o diet/light (sem mel e sem óleo). Os preços vão de R$ 3,50 a R$ 4,50 (a unidade). Os pontos de venda são na feira livre aos domingos, no centro, e no quiosque da comunidade, localizado na Estrada do Limoeiro, Zona Leste de Londrina.

 

Além da farinha, a escolha dos demais produtos também faz o diferencial dos pães. Segundo Sameach, tudo tem um motivo: a lecitina de soja substitui o ovo, protegendo o consumidor do colesterol; o vinagre de maçã funciona como conservante natural, e o sal marinho e o óleo de milho deixam os produtos mais leves e saudáveis. Já o mel ajuda a conferir maciez ao pão.

 

Veículo: Folha de Londrina


Veja também

LEITE: 2008 foi inesquecível. E o que será de 2009?

O ano de 2008 apresentou de tudo um pouco. Com o leite, foi da empolgação à retração....

Veja mais
IPI poderá ser isento na aquisição de veículo de carga

Veículos de carga adquiridos por agricultores familiares, bem como suas associações ou cooperativas...

Veja mais
Chu­vas com­pro­me­tem pro­du­ção de hor­ta­li­ças

O prejuízo dos produtores já se reflete nos preços de mercado, algumas folhosas estão at&eac...

Veja mais
Produção Integrada de Frutas traz caju e uva aos supermercados baianos

Os consumidores baianos encontrarão nos supermercados o caju-anão precoce vermelho e a uva Itália d...

Veja mais
Arroz: 2008 é marcado por valores recordes

Apesar das consecutivas quedas do Indicador CEPEA/ESALQ-BM&FBovespa do arroz em casca (Rio Grande do Sul, 58 gr&atil...

Veja mais
Damasco fresco é pouco utilizado

Apesar de ser uma fruta repleta de qualidades nutricionais, o damasco fresco é pouco utilizado na cozinha do bras...

Veja mais
Toalha

As vendas do segmento de cama, mesa e banho caíram 20% na primeira quinzena de janeiro ante igual período ...

Veja mais
Novo formato Carrefour

O Carrefour, maior varejista da Europa, está testando um novo formato de loja para centros urbanos dentro do conc...

Veja mais
Deságio de 21% em 4 rodovias na Bahia supera expectativa de leilão

O Consórcio RodoBahia levou o último lote de rodovias que compõe a segunda etapa do Programa Federa...

Veja mais