A Biosev, empresa sucroalcooleira controlada pela francesa Louis Dreyfus Commodities, informou ontem que registrou no segundo trimestre da atual safra, a 2013/14, um lucro líquido de R$ 80,4 milhões, 0,86% menor que em igual período da safra passada (R$ 81,1 milhões). Na "soma" dos dois trimestres da temporada, porém, a empresa acumula um prejuízo líquido de R$ 245,377 milhões, ante o resultado também negativo em R$ 270,3 milhões de igual intervalo da safra anterior, a 2012/13.
A companhia, a segunda maior processadora de cana do país, teve, por outro lado, uma geração de caixa operacional (Ebit) de R$ 336,5 milhões no terceiro trimestre, 48,9% maior que no mesmo período do ano passado. Nos dois trimestres da safra, o Ebit cresceu 188%, para R$ 143,9 milhões.
A receita líquida da Biosev na comparação trimestral foi 1,8% superior, de R$ 1,3 bilhão. No semestre, cresceu 8,7%, para R$ 2,399 bilhões. No trimestre, a receita de etanol recuou 8%, para R$ 414 milhões, na comparação com igual intervalo do ciclo passado. A redução de volume foi parcialmente compensada pelos preços médios 3,5% acima no período. A receita com açúcar foi de R$ 749,9 milhões, 1% abaixo da registrada no segundo trimestre de 2012.
Em comunicado, a companhia informou que seu resultado operacional no trimestre foi afetado pela participação de cana de terceiros na moagem no período, pela não diluição dos custos fixos - reflexo de redução da moagem - e pela perda de teor de açúcar na cana. Isso foi causado principalmente pelos efeitos da geada em Mato Grosso do Sul e pelo atraso da moagem nas unidades da região Nordeste. Houve também, segundo a companhia, um aumento de 18,5% nas despesas gerais, administrativas e de vendas no trimestre, em função, sobretudo, do acréscimo nos fretes para exportação.
O destaque no trimestre foi também a forte redução dos investimentos na operação (Capex). No trimestre, o Capex com objetivo de expansão e manutenção das atividades caíram 20,8%, para R$ 200,7 milhões em comparação com o mesmo intervalo da safra passada. Nos seis meses do ciclo, a queda é de 28,4%, para R$ 438,7 milhões.
O Capex de investimento foi o que mais recuou: 78%, para R$ 8,4 milhões. Segundo informações da companhia, essa redução se deveu ao fato de a maior parte dos investimentos em mecanização, expansão de capacidade e cogeração já terem sido concluídos nos trimestres anteriores. No acumulado dos seis meses da temporada, o Capex de investimentos recuou 72,9%, para R$ 28,2 milhões.
O Capex de manutenção da operação também caiu no trimestre: 10%, para R$ 192,3 milhões. Os desembolsos para plantio de cana e para tratos culturais recuaram 11,5% e 12%, respectivamente no período. No acumulado dos seis meses da safra, o desembolso para plantio registra queda de 7% e o de tratos culturais cresce 4,1%.
Segundo a companhia, as condições climáticas desfavoráveis atrasaram um pouco o plantio, mas a tendência é de o Capex de manutenção desta safra 2013/14 se igualar ao de 2012/13.
Veículo: Valor Econômico