O avanço da colheita no Rio Grande do Sul vem resultando em forte retração nos referenciais de preços no mercado brasileiro de trigo. Nas regiões produtoras do Paraná, a queda em relação ao mesmo período do mês anterior é de 15,3%, com a tonelada cotada por volta de R$ 830,00. No Rio Grande do Sul, a indicação de compra no FOB fica entre R$ 680,00 e R$ 700,00 por tonelada, o que corresponde a uma queda de 20,5% quando comparado à igual momento do mês passado.
O tempo firme verificado durante a última semana contribuiu para a evolução da colheita e, esse aumento da oferta do cereal, encontrou as indústrias numa posição defensiva. A partir da semana atual, os trabalhos no campo se intensificarão e a pressão sazonal de oferta tende a continuar achatando os referenciais de preços.
No âmbito político, a divulgação da isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para aquisição de mais 600 mil toneladas de origens extra-Mercosul, também corroborou para a retração dos preços no mercado doméstico. A tendência para o mês de novembro segue sendo de retração.
Colheita - A cultura de trigo encontra-se em plena colheita (55% do total) no Rio Grande do Sul, apresentando bons rendimentos e qualidade de grãos. O clima seco tem contribuído no período final da cultura, não comprometendo o aspecto fitossanitário das lavouras e mantendo a perspectiva de uma excelente safra.
Em casos pontuais, algumas lavouras estão apresentando produtividades acima de 4 mil kg/ha, marca essa não atingida em safras anteriores. A semana, com pouca chuva nas principais regiões produtoras do cereal, também trouxe tranqüilidade aos agricultores, pois permitiu um avanço considerável na colheita, que atinge 55% da área cultivada.
Com a entrada da safra nova e a perspectiva de uma boa colheita (quantidade e qualidade), o mercado já começa a operar com preços mais baixos para o produto. A recente isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo adquirido de países fora do Mercosul também contribuiu para a pressão negativa sobre os preços pagos aos triticultores, com uma redução de valor na ordem de 5,93% no preço médio da saca de 60 kg.
Segundo analistas de mercado, os agricultores não se mostram dispostos a ofertar o trigo abaixo de R$ 40,00/sc, estratégia essa que poderá tornar a comercialização um processo lento.
Veículo: Diário do Comércio - MG