Um projeto de viés ecológico, no valor de US$ 3 milhões, reduzirá as emissões de dióxido de carbono e o consumo de energia elétrica na unidade da Johnson & Johnson, em São José dos Campos. A empresa renovará todo seu setor de caldeirarias e conseguirá diminuir os gases e material particulado responsáveis pelo efeito estufa em 21% em relação ao processo adotado atualmente, que se utiliza de óleo pesado.
"O novo projeto veio de encontro com o programa Healthy Planet que é adotado em toda a companhia com o foco principal na redução dos gases de estufa", afirmou o gerente de serviços e utilidades da fábrica, Alex Francisco Gomes, que também é responsável pela implementação das mudanças.
A conclusão do projeto está prevista para maio desse ano, quando a empresa substituirá a matriz energética das caldeiras por gás natural, deixando de vez de usar o combustível fóssil. Foi adquirida uma peça no valor de R$ 500 mil da empresa nacional Steamaster, de Varginha (MG). A outra unidade antiga será convertida para a nova operação.
As medidas ainda trocarão os atuais 30 compressores de ar comprimido por apenas três unidades de alta tecnologia. O resultado será uma redução de gastos energéticos em 28%, que serão instalados num moderno prédio, em fase de construção, sob o conceito de uma arquitetura integralmente sustentável.
Todas das 200 luminárias e lâmpadas responsáveis pela iluminação dos sete quilômetros de ruas internas da empresa serão substituídas por outras voltadas para um maior desempenho e de baixo consumo.
"Nossas luminárias são de 20 anos atrás e usam ainda lâmpadas de 400 watts, agora, neste novo conjunto inspirado nas soluções encontradas pela prefeitura de São José dos Campos, vamos utilizar lâmpadas de 150 watts, numa economia imensa ao longo do ano", observou Gomes. O consumo de energia elétrica cairá em 7%.
O projeto contempla ainda uma nova tecnologia de moagem da polpa de celulose, usada no processo de fabricação das fraldas descartáveis, que serão fabricadas no Brasil pela primeira vez pela Johnson & Johnson. O processo empregado é também mais econômico em termos de gasto de energia elétrica.
Casa de Controle ecológica
Para abrigar as caldeiras e compressores está sendo feita uma construção de 420 m, totalmente sob os conceitos de sustentabilidade. Segundo o gerente, os dissipadores de calor ficarão na parte externa do prédio, que ainda receberá ventilação e iluminação naturais.
"Não teremos mais gastos para equalizar a troca de energias, e a iluminação diurna será por telhas translúcidas. À noite, a luz será ativada por sensores de presença", afirmou Gomes. Além da arquitetura do prédio prever a ventilação e iluminação naturais, ele será servido com captação de água da chuva. Um tanque de 20 mil litros será instalado nas margens do lugar para armazenar todo volume que descer dos telhados.
"Essa água será usada no sistema de arrefecimentos dos aparelhos, como na própria caldeira e na refrigeração dos compressores. Já programamos uma estocagem superdimensionada para abastecer nosso sistema até nos períodos de estiagem, assim não usaremos água tratada para esses procedimentos", diz o gerente.
Veículo: Gazeta Mercantil