Casas Bahia lançam loja virtual e aumentam competição na web

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Comércio eletrônico deve movimentar este ano mais de R$ 10 bilhões no Brasil

 

As Casas Bahia lançaram ontem sua loja virtual, aumentando a competição no varejo da internet brasileira. A maior rede varejista de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis espera faturar cerca de R$ 280 milhões este ano na rede, o que equivale a cerca de 2% do faturamento de toda a rede. "A expectativa é bem pé no chão", afirmou Michael Klein, diretor executivo da rede. "Em 10 anos, queremos ter 20% do que movimenta o comércio eletrônico no País."

 

No ano passado, o varejo virtual cresceu 30%, segundo dados preliminares da E-Bit, chegando a R$ 8,2 bilhões. Para 2009, a previsão de crescimento é de 20% a 25%, já levando em conta os efeitos da crise. Isso fará com que o volume movimentado ultrapasse os R$ 10 bilhões pela primeira vez.

 

Atualmente, o maior grupo do varejo virtual é o B2W, que reúne Submarino e Americanas.com. Em outubro de 2008, os varejistas virtuais ganharam um competidor de peso, com a estreia do Wal-Mart nas vendas online no País. Das grandes redes que atuam no Brasil, somente o Carrefour ainda não vende pela internet.

 

"Faz parte dos planos do Carrefour ampliar em breve sua atuação no Brasil por meio de uma operação e-commerce", disse Roberto Britto, diretor de Não Alimentos e Serviços do Carrefour Brasil. "Isso nos permitirá atender de forma mais completa ao consumidor pela internet, que hoje já conta com o atendimento pela web de nossa agência de viagens Turismo Carrefour."

 

Pedro Guasti, diretor-geral da E-Bit, apontou que a entrada de uma empresa como as Casas Bahia no comércio eletrônico aumenta o número de consumidores virtuais. "Pessoas que têm acesso à internet, mas não compram porque têm receio, podem começar a comprar porque confiam nas Casas Bahia", disse o executivo, que lidera a empresa que coleta dados sobre o comércio eletrônico brasileiro. "Além disso, deve crescer também a participação da internet no bolo publicitário."

 

Em dezembro, porém, o varejo virtual já mostrou desaceleração. As vendas subiram somente 15% no mês em relação ao mesmo período de 2007. "Os consumidores foram bombardeados por informações sobre a crise", disse Guasti. "Quem compra pela internet costuma ser mais bem informado."

 

As Casas Bahia anunciaram há algum tempo que iriam entrar no comércio eletrônico. "Mas queríamos atender a todas as camadas, incluindo a classe C", disse Klein. "E precisávamos esperar que eles comprassem computador." A forte venda de computadores nos últimos dois anos foi um dos fatores que levaram as Casas Bahia a lançarem sua loja virtual.

 

Outro fator foi o crescimento do cartão de crédito entre seus clientes. Em janeiro, a rede varejista alcançou 5,7 milhões de cartões próprios, emitidos em parceria com o Bradesco. Além disso, a empresa queria ter um site que fosse seguro e, ao mesmo tempo, fácil de usar. Foram investidos R$ 3,7 milhões na loja virtual. Ele foi desenvolvido numa plataforma de mainframe (computador de grande porte), em parceria com a IBM.

 

A loja oferece cerca de 4 mil produtos, de um total de 7 mil disponíveis na rede das Casas Bahia. Por enquanto, ela não vende celulares e alguns itens da linha de móveis. O cliente tem a opção de comprar pela internet e retirar numa das lojas da rede, se quiser. No início das operações, os preços são iguais aos das lojas físicas, mas a empresa deve adotar uma política de promoções diferenciadas.

 

O projeto da loja virtual das Casas Bahia começou há três anos. Para o lançamento, a varejista colocou mais de 100 vídeos num canal especial do YouTube, apresentando o site e vários produtos. O site também usa um conceito chamado Web Collaboration, em que um consultor virtual ajuda o consumidor a navegar. Uma equipe de 100 profissionais consegue acompanhar a compra e mostrar ao consumidor, passo-a-passo, como concluí-la, via internet.

 

PELA REDE

 

Competição: Com o lançamento da loja virtual das Casas Bahia, só falta o Carrefour, entre os grandes varejistas que atuam no País, lançar sua operação de comércio eletrônico. Em outubro do ano passado, o Wal-Mart estreou sua operação de vendas via internet. Atualmente, o maior grupo do comércio eletrônico brasileiro é o B2W, que reúne Submarino e Americanas.com

 

Mercado: Em 2008, o varejo virtual cresceu 30%, segundo dados preliminares da E-Bit, chegando a R$ 8,2 bilhões. Para 2009, a previsão de crescimento é de 20% a 25%, já levando em conta os efeitos da crise, fazendo com que o volume movimentado ultrapasse R$ 10 bilhões pela primeira vez

 

Crise: A turbulência na economia global já traz efeitos para as vendas online. As vendas em dezembro subiram somente 15% na comparação com o mesmo mês de 2007

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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