Pesquisa revela rumos do varejo

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As varejistas vão adquirir concorrentes mais fracas, fechar lojas e ampliar a variedade de produtos baratos para sobreviver à desaceleração econômica mundial, informou o Comitê Internacional de Redes Varejistas de Alimentos (CIES, pela sigla em francês), sediado em Paris. À medida que a recessão leva a uma pressão para baixo nos preços das mercadorias, os varejistas terão que reavaliar o seu tamanho e valor estratégico dos mercados nos quais operam, segundo concluiu uma pesquisa realizada pelo CIES, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, com 596 dirigentes de empresas, em 54 países.

 

Responder aos desafios econômicos substituiu a responsabilidade corporativa como a maior preocupação dos executivos. Na esteira da crise do crédito, os dirigentes de varejistas que vendem alimentos e da indústria de transformação do setor enfrentam desafios que vão de mudanças no comportamento do consumidor às flutuações cambiais e nos preços das ações, segundo a pesquisa. Onde as empresas estão concordatárias, como a rede Circuit City Stores Inc., nos Estados Unidos, e a Woolworths Plc, no Reino Unido, apresenta-se uma oportunidade de crescimento para as de melhor performance, através de aquisições e expansão, segundo a pesquisa.

 

"Os varejistas que ainda tiverem uma boa reserva de fundos estão em uma posição realmente forte este ano'''', disse Alan McClay, principal executivo do CIES. "As empresas inteligentes estão atrás de maior colaboração e maior consolidação como uma forma de aumentar a eficiência e a participação no mercado. Existe campo para fusões e aquisições de todos os tamanhos'''', apesar da falta de crédito disponível dos bancos, disse McClay. De acordo com o executivo, o Reino Unido e os EUA, onde há a maior proporção de varejistas em dificuldades em comparação com os países da zona do euro e da Ásia, provavelmente vão sofrer mais. Os dirigentes das redes de varejo estão tentando cortar preço de forma a atrair os consumidores que procuram reduzir suas despesas, concluiu o CIES. Os donos de supermercados barateiros, como Aldi Group, Lidl U.K. GmbH e a rede Asdam da Wal-Mart Stores Inc., estão particularmente bem posicionados para capturar uma participação do mercado em um ambiente de recessão, pois podem atrair clientes espertos da classe média dos concorrentes mais careiros, explicou McClay.

 

Consumidores

 

"Os consumidores estão procurando coisas mais baratas, mas agora eles esperam receber a mesma qualidade a um preço inferior'''', disse McClay. Segundo ele, os varejistas que forem ágeis e se adaptarem rapidamente a essa mudança vão sobreviver, enquanto os que não o fizerem correm o risco de afundar. Os dirigentes empresariais disseram que vão procurar formas de reduzir custos de todas as maneiras possíveis para evitar a queda nos lucros com as políticas agressivas de preço.

 

Os varejistas e os fornecedores vão compartilhar pesquisas e colaborar no desenvolvimento de produtos e promoções para obterem maior eficiência, concluiu o CIES. Entre os participantes que responderam a pesquisa estavam altos executivos da Unilever, da PepsiCo Inc. e do Tesco Plc. "Liderança forte é o fator isolado mais importante nestes tempos. Vai ser uma dança das cadeiras nas posições mais altas dessas empresas'''', prevê Mc Clay

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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