Um ano no qual a gestão de pessoas será fundamental

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Comunicação. Esse é o presente que Immaculada Trapero, diretora de recursos humanos da Satec, pediu aos Reis Magos no começo deste ano. "É a dívida pendente das empresas do ponto de vista da gestão de pessoas. E agora é imprescindível promover essa faceta para gerar credibilidade, confiança e segurança entre os funcionários". O segundo desejo de Trapero tem a ver com os sistemas de remuneração flexível, "que se encaixem nas necessidades da empresa e dos profissionais". Em terceiro lugar solicita ser capaz de inovar no desempenho: "É preciso pensar muito no desenvolvimento das habilidades das pessoas".

 

Jorge Cagigas, sócio-diretor da consultora de recursos humanos Epícteles, pede serenidade e sabedoria. Assegura que "é importante nos mantermos serenos, sossegados nesses tempos de crise. Que assumamos riscos e sejamos valentes na hora de mudar os aspectos que nos supõe uma certa responsabilidade; que lideremos as mudanças e nos ponhamos na frente de tarefas que muitas vezes não serão gratificantes, mas que dignificam a função". Por último, Gagigas afirma que "o conhecimento é fundamental, mas a sabedoria nos impregna de uma capa de empatia, de entendimento, de prudência, de autoridade que o conhecimento por si só é incapaz de oferecer. Se há uma área da empresa onde é mais necessária uma grande dose de sabedoria é na gestão de pessoas".

 

Como a sabedoria é um dom só ao alcance de poucos, o Expansión reuniu aquelas iniciativas em matéria de recursos humanos que neste ano podem servir de referência para se sair bem neste incerto 2009.

 

Estresse

 

No livro Relaxe e faça com que o estresse trabalhe para você (Pearson, sem tradução para o português), Sarah Sutton recomenda um programa de sete passos para não cair nas garras desse mal já convertido em rotina que se apodera de muitos profissionais. Relaxar e viver, enfrentar os temores e visualizar o futuro: ser consciente de que o estresse é uma escolha; pôr-se em forma mudando, por exemplo, o estado de espírito e a alimentação; pensar no lado positivo e falar claro; monitorar e controlar a resposta para o estresse; e, por último, observar até onde se chegou e olhar a vida em perspectiva.

 

Inserção no trabalho

 

O compromisso das empresas de, ao menos, chegar a 2% dos funcionários com deficiência física é difícil, mas não impossível. Um exemplo é o grupo de transporte urgente MRW, que conta com 7% de trabalhadores com algum tipo de deficiência no seu quadro de pessoal. Para consolidar e aumentar essa percentagem, em maio de 2007 a empresa criou a figura do tutor de pessoas com deficiência física, que facilitam a acolhida quando elas entram para a empresa e a correta adequação ao trabalho - dos novos funcionários deficientes e dos antigos.

 

Conciliação

 

As horas que se passam na estação de trabalho já não servem de régua para medir o trabalhador. O que conta é a produção. Assim, Ignácio Buqueras, presidente da Comissão Nacional para a Racionalização de Horários da Espanha, defende que "a cultura da eficiência, mesmo da excelência, é imprescindível para enfrentar um mundo mais competitivo". Uma empresa que pode dar exemplo é a Iberdrola, que implantou um horário universal em outubro de 2007, com jornada de trabalho das 7h30 às 15h30. Ramón Castresana, diretor de recursos humanos da multinacional, assegura que dessa forma se eliminam os tempos ociosos, o que supõe 500 mil horas mais produtivas.

 

Formação

 

Pôr em forma o capital humano é uma obrigação para as organizações, e prova disso são os programas de formação e desenvolvimento implementados por empresas de todos os setores. A Ford España decidiu associar-se à Accenture para identificar e formar seus melhores vendedores na rede de concessionárias. A retenção e a promoção eram os objetivos desse programa, que se traduziu no aumento da participação de mercado da marca. Também multinacionais como Unión Fenosa apostaram nos seus melhores profissionais. Nesse caso foi por meio do Projeto Géminis, um programa formativo para preparar os futuros gerentes internacionais a partir de profissionais com experiência dentro da organização, que se convertem nos tutores dos diretores de amanhã.

 

Retribuição

 

A remuneração flexível e a compensação total representam uma evolução para seguir dando respostas a partir de um entendimento maior das complexidades do ambiente econômico e demográfico. Com o objetivo de maximizar essa tendência, a empresa Compensa desenvolveu um portal de compensações adaptado às necessidades das empresas, de forma que o profissional pode ver e analisar os produtos e serviços que integram seu pacote salarial.

 

Também a consultora de recursos humanos Mercer oferece o serviço eFlex, que proporciona apoio em todas as etapas do processo: desenho do plano, implantação, comunicação e administração. Além da remuneração pela carta, outra das tendências que darão o que falar em 2009 será a remuneração variável em função do cumprimento de metas: diga-me qual sua contribuição, e assim lhe pagarei.

 

Sobreviver à ‘Geração Y’

 

As pessoas que nasceram entre 1976 e 1991 buscam um bom salário, bom ambiente, conciliar e progredir na empresa, horários flexíveis e inclusive a possibilidade de abandonar o posto de trabalho para atender assuntos particulares que consideram fundamentais. Agora são as empresas que têm de vender seus projetos, porque as novas gerações chegam com novas prioridades ao mercado de trabalho.

 

Superar uma demissão

 

Passar, da noite para o dia, de executivo imprescindível a desempregado é um grande choque. Marta Salgado, diretora da BPI Directivos, assegurou que a perda de um trabalho é administrada como um duelo: "É preciso assumir e assimilar a perda dramática. O importante nesses casos é como se comunica ao ambiente e como se conduz a nova situação". Para suportar melhor a mudança, recomenda-se converter a procura de emprego em um trabalho; manter o nível adequado de energia e otimismo realista; estabelecer novas prioridades financeiras, fazendo uma revisão dos gastos e eliminando os gastos supérfluos; e também é recomendável sair de casa, ler uma revista na biblioteca ou navegar pela internet numa cafeteria. São boas maneiras de se distanciar do risco de se sentir um pária.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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