Soja gaúcha supera seca e ganha produtividade

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As lavouras de soja do Rio Grande do Sul escaparam dos estragos previstos por causa da forte estiagem de dezembro. Com o retorno das chuvas em janeiro e nas primeiras semanas de fevereiro, o Estado caminha para alcançar uma boa safra, com produtividade até maior do que o ano passado.

 

Levantamento feito pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) sobre o desenvolvido da cultura no Estado indica que o volume a ser colhido, caso as condições climáticas permaneçam favoráveis, será de 7,597 milhões de toneladas, apenas 140 mil toneladas a menos do que indicou a última previsão, divulgada dia 18 de dezembro do ano passado.

 

O total a ser colhido deve ser um pouco inferior ao ano passado, quando a produção chegou a 7,697 milhões de toneladas. Isso só deverá ocorrer por que houve uma redução de 2% na área. Mas a produtividade, segundo o levantamento da Emater deverá chegar a 2.038 quilos por hectare, um pequeno acréscimo em relação ao rendimento de 2.019 quilos por hectare do ano passado. Estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que a produtividade será ainda maior (2050 quilos por hectare).

 

O assistente técnico estadual de soja da Emater, Alencar Paulo Rugeri, diz que a melhor produtividade esperada para a atual safra se deve a precipitações mais generosas no período mais crítico da lavoura, apesar da sensação de uma seca neste ano agrícola foi ainda mais severa.

 

O estado das lavouras foi considerado satisfatório pela Emater e isso surpreendeu os técnicos. Segundo Rugeri, era difícil imaginar que a seca não provocaria quebras mais significativas na cultura da soja. "A lavoura teve uma bela recuperação", observa Rugeri. "Mas os próximos 30 dias são um período crucial. Precisamos de uma boa umidade", lembra o técnico, referindo-se ao período de floração enchimento de grãos da planta.

 

As perspectivas, no entanto, são otimistas, já que a previsões climáticas indicam chuvas voltarão a uma situação de normalidade até março na metade norte do Rio Grande do Sul, onde se concentram as principais regiões produtoras.

 

Para Rugeri, outro fator que ajudou foi a evolução da tecnologia e o uso de cultivares que tem um período mais longo defloração. Com isso, as plantas não ficam expostas a um período curto em que precisam de maior umidade para o seu desenvolvimento.

 

O levantamento da Emater também verificou que a área plantada ficou em 3,727 milhões de hectares, 2% menos que na safra 2007/08. A retração teria ocorrido principalmente das regiões do Planalto Médio, Campanha e Serra devido à falta de umidade no período de plantio. Hoje, no entanto, é o Noroeste gaúcho que sofre mais com níveis insuficientes de precipitação.

 

O Boletim Conjuntural da Emater informa ainda que, no caso do milho, cultura bem mais afetada pela seca, a área colhida já chega a 23% do total e o rendimento médio é 16,2% inferior ao esperado. No último levantamento completo sobre a lavoura, divulgado na metade de janeiro, se calculou uma produtividade média no estado de 3.272 quilos por hectare, ante 3.906 quilos por hectares esperados inicialmente. A previsão de volume de safra era de 4,57 milhões de toneladas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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