As padarias e demais empresas de alimentação estão entre os setores econômicos mais promissores no país. Estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelou que as atividades ligadas ao consumo básico possuem maiores perspectivas de expansão para 2015. Conforme a pesquisa, alimentação, construção, estética e reparação de bens duráveis são mercados que atendem necessidades essenciais da população e que tendem a crescer mesmo em períodos de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por serem menos vulneráveis a oscilações da conjuntura.
Em 2014, as empresas do setor cresceram 8,02% com o faturamento de R$ 82,5 bilhões, conforme levantamento do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). O valor é o menor dos últimos 8 anos, mas está bem acima da alta de 0,02% do acumulado de 12 meses até novembro do PIB. Considerando a conjuntura atual, a estimativa do ITPC é que a panificação mantenha a taxa de 8% neste ano contra para 0,5% do PIB.
Mesmo se desenvolvendo em uma taxa superior aos demais setores, 2014 foi o segundo consecutivo que o setor apresentou uma elevação inferior a 10%. Os dados revelam ainda que a desaceleração vem acontecendo desde 2010. Os principais fatores para a redução no ritmo de crescimento do setor foram o aumento nos custos que subiram em média 11,5%. Somente no ano passado, os preços dos produtos adquiridos pelas empresas de panificação no atacado tiveram um reajuste médio de 8,71%, a alta do salário médio do setor foi de 18,2%, o custo com embalagens aumentou em 13,3% e a energia elétrica 14,8%.
O impacto das tarifas para as empresas foi repassado para o consumidor, que implicou na redução do número de clientes nas empresas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o acumulado de 12 meses do ano de 2014 em 6,41%. O reajuste de preço praticado nas empresas de alimentação em 2014 ficou entre 9% e 13%, com média de 11,5% para as padarias. No mesmo período, o fluxo de clientes caiu em 3,4%.
O presidente do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), Márcio Rodrigues, explica que o desenvolvimento do mercado nesta conjuntura ocorre devido à instalação de novos serviços pelas empresas, como o food service. "O mercado de panificação está vivendo uma retração no número de clientes, mas se encontra em crescimento. As empresas estão buscando possibilidades para aumentar seu faturamento e competir com outros tipos de empresas. As padarias diversificaram a variedade de produtos e sua atuação, incorporando conveniência e serviços de food service como almoço, happy hour, comida japonesa, pizzaria, rotisseria, entre vários outros. Essa ampliação dos serviços tem tornado o negócio mais lucrativo e competitivo", explica.
Veículo: Diário do Comércio - MG