O Wal-Mart, maior grupo varejista do mundo, superou as expectativas depois que suas lojas de descontos nos Estados Unidos responderam por cerca de 50% de todo o crescimento no varejo em 2008 - enquanto suas vendas mundiais no ano ultrapassaram os US$ 400 bilhões pela primeira vez (foram de US$ 401,2 bilhões, com alta de 7%), e os lucros somaram US$ 13,4 bilhões (3% mais que no período anterior. Os resultados referem-se ao ano fiscal encerrado em 31 de janeiro).
Mike Duke, que assumiu como presidente-executivo há três semanas, disse que os resultados do quarto trimestre e do ano como um todo mostraram que a Wal-Mart ganhou "ímpeto" durante o ano em todos os seus mercados, apesar do ambiente econômico difícil.
"Estamos fazendo tudo direito para continuar com o ímpeto que ganhamos e para ampliar a diferença entre nós e a concorrência. Terminamos janeiro fortes e fevereiro começou bem."
Os resultados reforçam mais uma vez a capacidade da companhia de gerar caixa em uma recessão e usar o dinheiro para investir em seus negócios num momento em que a maioria de seus concorrentes está recuando. A redução dos investimentos em novas lojas nos EUA no ano passado, as melhorias operacionais e o gerenciamento de estoques deixaram o Wal-Mart com um fluxo de caixa livre de US$ 11,6 bilhões no fim de janeiro, mais que o dobro dos US$ 5,7 bilhões de um ano atrás.
O Wal-Mart também vem conseguindo fazer aquisições, tendo concluído em janeiro um negócio de US$ 2,6 bilhões por uma participação de controle na D&S, a maior companhia varejista do Chile. E também continua investindo em suas lojas, com um grande programa de reformas que está em andamento nos pontos-de-venda americanos, chamado "Projeto Impacto", que a empresa acredita que aumentará significativamente as vendas por metro quadrado em seus mais de 3 mil supercenters e lojas de descontos.
O Wal-Mart também informou ontem que vai retomar seu programa de recompra de ações - que foi suspenso quando a crise financeira explodiu -, com cerca de US$ 5 bilhões ainda sob sua atual autorização de recompra de US$ 15 bilhões.
Nos EUA, as vendas líquidas totais aumentaram 6% no quarto trimestre, para US$ 71,5 bilhões, embora despesas maiores que as esperadas, incluindo custos com planos de saúde, tenham provocado um crescimento menor no lucro operacional do que nas vendas - 2,2% para US$ 5,4 bilhões.
Internacionalmente, o dólar forte pesou, com a receita caindo 8,4% em relação ao quarto trimestre do ano anterior, para US$ 24,7 bilhões, e o lucro operacional recuando 14,3%, para US$ 1,5 bilhão. Em moeda constante, porém, o lucro operacional teria crescido 5,1% e as vendas líquidas, 9%.
O lucro mundial da Wal-Mart no quarto trimestre caiu para US$ 3,79 bilhões, ou US$ 0,96 por ação, sobre um crescimento de 1,7% das vendas, para US$ 108 bilhões.
Veículo: Valor Econômico