O comércio varejista registrou alta de 9,1% em 2008 sobre 2007. Apesar do crescimento, o índice ficou abaixo dos 9,7% registrados em 2007 sobre 2006. Essa desaceleração é resultado da queda registrada no último trimestre. Em dezembro, houve uma queda de 0,3% nas vendas em relação a novembro e de 3,9% sobre dezembro de 2007.
As vendas do último mês do ano passado refletiram a restrição ao crédito e a queda da confiança do consumidor. "As vendas do varejo confirmam o óbvio", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, para quem o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre será "medíocre", com queda de 2,2%.
Segundo o IBGE, o varejo registrou aumento de 6% nas vendas no quarto trimestre do ano passado em relação a igual período de 2007, bem inferior às altas apuradas no terceiro (10,2%), segundo (9,3%) e no primeiro trimestres (11,8%). Para o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE Reinaldo Pereira esses resultados mostram "evidências dos efeitos da crise sobre o setor".
Segundo Pereira, a desaceleração do crescimento no último trimestre do ano passado foi puxada, especialmente, por atividades vinculadas ao crédito e impediu um aumento de dois dígitos no resultado acumulado do varejo em 2008, que de janeiro a setembro atingia 10,4% e, no fechamento do ano, reduziu o ritmo para uma alta de 9,1%.
De acordo com Pereira, além da restrição de crédito, a falta de confiança do consumidor, com medo de se endividar e perder o emprego, também afetou o varejo no último trimestre de 2008. Para ele, a partir de janeiro deste ano, os resultados do varejo vão depender dos preços dos produtos, condições de crédito e desempenho do mercado de trabalho.
As principais quedas registradas nas vendas do varejo em dezembro em relação a novembro ocorreram em outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui lojas de departamento, com recuo de 3,7% nesta base de comparação; e móveis e eletrodomésticos, também com queda de 3,7%. O segmento de híper e supermercados, produtos alimentícios e bebidas, com maior peso na pesquisa, registrou variação zero.
Já na comparação com dezembro de 2007, a principal queda ocorreu em tecidos, vestuário e calçados (recuo de 6,3%), enquanto a maior alta ficou com equipamentos de escritório e informática, com variação de 35,6%. O grupo de híper e supermercados, produtos alimentícios e bebidas teve aumento de 3,5%, nessa base de comparação.
Veículo: Jornal do Comércio - RS