Gradiente negocia crédito no BNDES para produção

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A Gradiente negocia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiamento para linha de produção mínima, mas contínua, de televisores a partir de março, em Manaus (Amazonas). O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, disse que o empréstimo seria de R$ 50 milhões, mas o Grupo Estado apurou que o mínimo pleiteado é de R$ 17 milhões.

 

A empresa, que este ano completa 45 anos, tenta há quase dois anos contornar grave crise financeira. A partir de julho de 2007, a Gradiente começou a desativar linhas de produção, por causa de uma dívida bancária de cerca de R$ 280 milhões.

 

Entre os principais credores da fabricante de produtos eletroeletrônicos estão o Bradesco, Banco Safra, Unibanco e o próprio BNDES. Algumas das alternativas de solução para a empresa seria a negociação com investidores, como fundos de pensão estatais. Outra saída seria o BNDES financiar a entrada de um novo sócio.
"Esse empréstimo é para comprar matéria-prima, produzir e gerar emprego. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer gerar emprego. Quem não quer é o BNDES", reclamou Santana.

 

O BNDES foi procurado, mas informou que não comentaria o assunto. A Gradiente só retomou a produção em janeiro, depois de 15 meses de paralisação total. Mesmo assim, a reativação foi pontual, com a montagem de 3 mil televisores de plasma, sendo parte encomendada e outra parcela vendida em lojas de Manaus.

 

Só a Magazine Luiza ficou com 1 mil televisores de plasma fabricados pela Gradiente, em janeiro. A rede de varejo se comprometeu a dar assistência técnica e garantia e não soube informar se poderia fazer novas encomendas para a Gradiente, que tem como um dos fundadores Eugênio Staub, um dos primeiros empresários a declarar o voto ao então candidato Lula.

 

Este mês, a Gradiente já montou 300 televisores de plasma. Só não produziu mais porque não tem fluxo de caixa necessário para comprar peças e bancar a produção, conta Santana.
Uma das ideias a partir de março, caso os recursos do BNDES sejam aprovados, é produzir televisores convencionais com telas de 21 a 29 polegadas.

 

A empresa tem em estoque 70 mil aparelhos, mas sem tubos.A Gradiente tem atualmente em Manaus em torno de 200 trabalhadores.
Cerca de 300 foram demitidos no auge da crise da empresa, no segundo semestre de 2007. Santana afirma que falta o pagamento de três parcelas das verbas rescisórias aos dispensados.

 

A dívida trabalhista da empresa está em torno de R$ 4 milhões. Segundo o sindicalista, Staub tem boa relação com os funcionários. Os recursos do BNDES seriam suficientes para gerar 200 novos empregos a partir de março, estima Santana.

 

Até o final deste ano, ele acredita que com a melhora e fortalecimento do fluxo de caixa seria possível ter até 1 mil empregados em Manaus.

 

Em 2005, o BNDES já havia emprestado R$ 100 milhões à Gradiente por meio do Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (Progeren).
O objetivo era similar ao financiamento que está sendo pleiteado agora, o de reforçar o fluxo de caixa da empresa.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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