A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil atingiu um volume acumulado de 31,960 milhões de toneladas nesta safra 2014/15 até o dia 16 de fevereiro. Isso representa redução de 6,7% na produção no comparativo com igual período da safra anterior. A informação parte de estudo divulgado, na semana passada, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e consta no relatório divulgado pela empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado. A moagem de cana-de-açúcar acumulada na safra 2014/15 atingiu 570,575 milhões de toneladas, queda de 4,29% na comparação com o mesmo período da temporada 2013/14, quando o volume processado havia somado 596,126 milhões de toneladas.
Já a produção total de etanol no período totalizou 26,076 bilhões de litros, aumento de 2,18% ante o volume registrado no ano-safra anterior, de 25,519 bilhões de litros. O volume da variedade hidratado no acumulado da safra foi de 15,201 bilhões, alta de 4,98%. No etanol anidro houve queda de 1,49% na produção, para 10,875 bilhões de litros.
Quanto ao mix de produção das unidades produtoras no período, 56,96% da cana foram destinados à produção de etanol e os outros 43,04% restantes à fabricação de açúcar. No acumulado desta safra, o Açúcar Total Recuperável (ATR) totalizou 136,59 quilos por tonelada de matéria-prima, alta de 2,43% ante o mesmo período do ciclo passado, de 133,35 quilos.
Também merece destaque o fato de que a partir do dia 16 próximo passa a valer o aumento na adição de etanol à gasolina, que passa de 25% para 27% do total. A Unica divulgou nota em que avalia como positiva a decisão do governo. O aumento da mistura deve elevar a demanda por anidro em torno de 1 bilhão de litros.
"O setor sucroenergético, que passa pela maior crise de sua história, está preparado para atender a esse aumento da mistura de etanol à gasolina", apontou a Unica. Os atuais níveis de estoque e a capacidade de produção instalada nas unidades produtoras oferecem total conforto para o atendimento dessa nova demanda de consumo, concluiu.
Expectativa - Segundo o analista de Safras & Mercado Maurício Muruci, a expectativa dessa demanda extra na faixa de 1 bilhão de litros de etanol equivale a pouco mais de 9% do volume de vendas do ano anterior, que foi de 11 bilhões de litros. Porém, pela ótica dos estoques, essa proporção de aumento tem um peso ainda mais significativo.
"Com dados estimados até o início de fevereiro, é possível observar um volume de anidro estocado disponível para a comercialização ao redor de 2,85 bilhões de litros. Ainda que os estoques totais sejam um pouco maiores, na faixa de 3,16 bilhões de litros, a elevação da mistura tende a comprometer 35% dos estoques disponíveis de anidro da entressafra", indica o analista.
"Evidentemente que essa demanda adicional será diluída no ano e que a entressafra conta com apenas mais um mês pela frente. Ainda assim, algumas usinas começaram, nesta semana, o processo de moagem, dando vazão ao volume de cana remanescente. Logo, a elevação no blend não deve levar à escassez do biocombustível no curto prazo", avalia Muruci.
Veículo: Diário do Comércio - MG