Diante da retração de 7% nas vendas nos Estados Unidos, em 2008 até setembro, a Adidas está mais atenta aos países emergentes, que hoje representam cerca de 25% da faturamento da fabricante alemã de artigos esportivos, que também é dona da Reebok. A América Latina foi a região que obteve o melhor desempenho, uma alta de 39% na receita contra 23% registrado na Ásia, entre janeiro e setembro. Na China, o aumento nas vendas ultrapassou os 50%.
"A crise vai afetar a todos, mas acreditamos que no Brasil o impacto será menor. Esperamos crescimento de dois dígitos no país", disse Herbert Hainer, CEO mundial da Adidas. Ressaltou que a empresa está preparada para a crise e que é difícil dimensionar quanto tempo ela vai durar. Em janeiro, a Adidas anunciou a demissão de 300 funcionários da Reebok.
Apesar de a América Latina - onde Brasil ocupa posição de destaque - oferecer boas oportunidades de crescimento, a Adidas enfrenta uma concorrência acirrada. Disputa palmo a palmo o mercado brasileiro de produtos esportivos (roupas e bolas de futebol , por exemplo), principalmente, com a americana Nike e a brasileira Olympikus, que anunciou o fechamento de uma fábrica em novembro. Levando-se em consideração exclusivamente os calçados esportivos, a Adidas concorre principalmente com a Olympikus, marca da Azaleia/Vulcabras.
A Adidas detém cerca de 20% do mercado de produtos esportivos e a Reebok possui 15%. A Nike tem a liderança, com cerca de 28% do mercado de artigos para esportes, mas também enfrenta dificuldades. Na semana passada informou que poderá demitir 1,4 mil trabalhadores no mundo (4% da força de trabalho da empresa).
A meta da Adidas Brasil é ocupar a liderança ainda neste ano, que atualmente pertence à Nike. "Temos todos os ingredientes para colocar esse projeto em prática neste ano. Faremos um forte investimento, mas não posso revelar o valor", afirmou Marcelo Ferreira, presidente da Adidas Brasil.
A Adidas está adotando uma nova estratégia para a Reebok. A meta é liderar o mercado de vestuário esportivo feminino. A companhia está retirando do mercado produtos voltados para o público popular e com baixo retorno financeiro. "A fusão das companhias (Adidas e Reebok) já está finalizada. Estamos economizando 175 milhões de euros por ano", disse Hainer, que está no Brasil com outros 70 executivos do grupo para um programa de treinamento.
Veículo: Valor Econômico