Fevereiro foi outro mês terrível para os varejistas dos Estados Unidos, mas as cifras divulgadas ontem foram ligeiramente menos ruins que nos meses anteriores.
O Wal-Mart Stores, maior empresa de varejo do país, superou as expectativas dos analistas, mais uma vez enfatizando que os consumidores abrem as carteiras apenas para adquirir gêneros de primeira necessidade. Nas lojas inauguradas há pelo menos um ano, um barômetro do fluxo varejista, o Wal-Mart registrou um aumento nas vendas de 5,1% em comparação com um avanço de 2,7% no mesmo período do ano anterior.
A companhia disse que suas fortes vendas foram alavancadas pelos seus setores de produtos de mercearia e saúde, e observou que mais clientes estão entrando em seus estabelecimentos. "Acreditamos que os preços em queda dos combustíveis elevaram significativamente a renda disponível dos consumidores em fevereiro e, portanto, permitiram um maior número de idas e vindas e de gastos arbitrários", informou a rede em comunicado.
A rede disse ontem que elevará seu dividendo anual para US$ 1,09 por ação, um aumento de 15% frente aos US$ 0,95 por ação pagos durante o ano-fiscal de 2009. "A força de nossas operações e a sólida posição financeira resultante nos permite aumentar de novo o pagamento de nossos dividendos para os acionistas neste ano", disse Mike Duke, presidente e principal executivo do Wal-Mart, em um comunicado.
Foi graças aos resultados do Wal-Mart que o setor de varejo registrou um ganho nas vendas de 0,7% em fevereiro, segundo anunciou a Retail Metrics, empresa de pesquisa. Entretanto, se desconsiderados os números da maior varejista do mundo, as vendas no geral teriam recuado 4,1% como observou Ken Pekins, presidente da Retail Metrics, em um comunicado. "A situação ainda é feia, mas o Wal-Mart ‘consertou’ o mês lindamente", disse Pekins.Varejistas e analistas do setor disseram que as lojas em fevereiro enfrentaram a demanda reprimida dos consumidores, tirando vantagem do clima melhor e de algumas novas mercadorias de primavera. Cerca de duas redes registraram aumentos nas vendas mais do que duas vezes superiores às estimativas dos analistas do mercado. Mesmo assim a maioria das lojas foram afetadas pelo declínio nas vendas.
Vestuário
O pior resultado foi da rede Abercrombie & Fitch, varejista de vestuários para adolescentes, que divulgou um queda significativa de 30% em suas vendas.
De fato, as empresas de varejo do setor de vestuário continuam a ser as mais atingidas, em especial as que trabalham com público com maior poder aquisitivo. As vendas por loja despencaram 26% na Saks, 24,2% na Neiman Marcus, e 15,4% na Nordstrom, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
As vendas caíram nos shopping centers também, recuando 13,4% no Zumiez, 12% na Gap, 7% tanto na American Eagle Outfitters como na Limited Brands, e 6,6% na Wet Seal.
No geral, estima-se que as lojas de descontos e "drugstores" serão as únicas categorias do varejo a apresentar aumento nas vendas em fevereiro.
Entretanto, nem todas as redes de descontos apresentaram um crescimento nas vendas. TJX, que possui as lojas TJMaxx, apresentou cifras de vendas sem variação. Children’s Place, que vende roupas infantis a preços acessíveis, registrou um declínio de 3%. As vendas na Target continuaram atrás de outras redes de desconto, caindo 4,1%. Gregg Steinhafel, presidente e principal executivo da companhia, disse em um informe que os resultados da Target "continuam a refletir os grande desafios econômicos enfrentados por nossos clientes."
Veículo: Gazeta Mercantil