As exportações de café (verde mais solúvel) em fevereiro cresceram 17,9% em fevereiro, em relação ao mesmo período do ano passado atingindo 2,52 milhões de sacas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). A receita no mês chegou a US$ 344,9 milhões, aumento de 2,3% em comparação à receita obtida em fevereiro de 2008, de US$ 337,2 milhões. "O volume é bom, mas não é alto", diz o diretor geral do Cecafé, Guilherme Braga.
Até fevereiro, o País comercializou 4,83 milhões de sacas, elevação de 9% ante os dois primeiros meses de 2008. Mas a receita, de US$ 665,1 milhões, foi 4% menor do que a obtida em janeiro e fevereiro do ano passado, de US$ 690,3 milhões. "O preço médio foi menor e a receita seguiu o comportamento do mercado", conta Braga. Para os próximos meses, o diretor geral do Cecafé acredita em uma redução no volume exportado. "Março, abril e maio vão refletir a oferta interna."
A Alemanha liderou as compras do produto, com 930.913 sacas, alta de 20,2% em relação ao volume comprado nos dois meses iniciais de 2008. Os Estados Unidos aparecem em segundo, com 759.958 sacas (+11,42%), seguidos por Itália (551.425 sacas, aumento de 17,10%), Bélgica (402.144 sacas, crescimento de 8,20%) e Japão (382.655 sacas, elevação de 14,24%).
O porto de Santos continuou como a principal porta de saída do café brasileiro. Por lá, foram embarcadas 3.695.881 sacas em fevereiro. O porto de Vitória (ES) exportou 559.841 sacas e o do Rio de Janeiro embarcou 470.697 sacas.
Conflito prejudica produtor
Os entraves entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem trazendo problemas para os agropecuaristas brasileiros. Pelo menos esse era o sentimento entre os participantes do seminário "Desafios do Agronegócio Café para 2009: Sustentabilidade, mão de obra e mercado internacional", promovido pela Universidade do Café Brasil (UDC), na Universidade de São Paulo (USP), que termina amanhã.
Segundo os presentes no evento, o Mapa, liderado por Reinhold Stephanes, tem perdido a briga com o MMA, de Carlos Minc. As leis ambientais e as multas aplicadas tornaram-se uma dor de cabeça aos produtores. De acordo com o professor do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (PENSA), Samuel Giordano, o ruralista precisa se mobilizar e começar a dialogar. "O produtor necessita influenciar no código ambiental para torná-lo exequível".
Veículo: Gazeta Mercantil