Crise hídrica no Estado agrava perdas geradas pela recessão econômica no País.
A crise hídrica em Minas Gerais tem mostrado como a água é vital não só para a vida humana, mas para a economia. Do turismo à indústria, a estiagem corta o Estado de norte a sul e, somada à recessão que o País enfrenta, atinge o bolso de empresários, produtores rurais e comerciantes.
Café, leite, peixes, hortaliças, mineradoras, tecelagens, metalúrgicas, usinas de açúcar e outros setores estão enfrentando dificuldades para escapar dos efeitos da falta da água, que não escolhe setor. No terceiro ano consecutivo com chuvas abaixo da média histórica, a produtividade, os investimentos e, consequentemente, o faturamento das empresas e a renda das famílias também ficam abaixo do esperado.
A agropecuária sofre os efeitos diretos das mudanças climáticas, e é um dos primeiros setores a sentir o baque da falta de chuva. A pastagem prejudicada e a desaceleração da demanda impactam a produção de leite em Minas, que é a maior bacia do País. Depois de uma década de crescimento contínuo e com a produção de 26% do percentual nacional (9,5 bilhões de litros), a expectativa da indústria leiteira é de uma retração de até 2% em 2015. Parece pouco, mas a queda reverte um forte ciclo de alta, que nos últimos dez anos viu o consumo de leite e derivados avançar 50% entre os brasileiros.
No Norte de Minas, as perdas na atividade leiteira somam R$ 400 mil por dia. Se considerada a agricultura, as estiagens dos últimos três anos na região acumulam prejuízos de R$ 2 bilhões, segundo estimativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater, Montes Claros/MG).
Veículo: Site Feed & Food