Previsão é que as marcas nacionais, como vinhos e panetones, ganhem importância nas vendas este ano. Orientação é apostar em promoções, rechear gôndolas com produtos de melhor preço
A perspectiva de um Natal mais magro, e com gastos reduzidos, vai atingir o setor de supermercados. Depois de crescer 7,2% nas vendas em 2014, sobre 2013, as redes projetam para este ano um avanço bem mais modesto, na casa dos 0,4%, apoiado principalmente na migração das vendas dos produtos premium para os de menor valor agregado.
"Assim como o turismo internacional que caiu por conta da alta do dólar, aquecendo as viagens internas, esperamos que a queda na intenção de consumo de produtos de alto valor agregado, por conta da alta dos juros, disponibilize mais renda para o consumo de varejo alimentar", disse ao DCI presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
O especialista acredita que é possível atingir o mesmo volume de vendas do ano passado, no entanto, os itens escolhidos para o período devem ter uma migração de produtos premium para marcas mais em conta. "As marcas mais caras podem sentir mais a retração econômica", aponta.
Honda explica que, com a substituição de alguns itens, é possível que os produtos nacionais ganhem força nas prateleiras. "O vinho nacional está ganhando mercado. Outro exemplo é o panetone de marca própria ou caseiro. Os supermercados estão preparados para oferecer itens mais em conta para quem não quer gastar muito, no caso do panetone não existe o custo de estocagem e distribuição. O que o torna mais barato".
Outra tendência é a escolha de produtos mais industrializados [quando ele for mais barato] em vez de optar por itens caseiros de maior custo.
Mesmo com um cenário pessimista, ele ressalta a importância dos supermercadistas não se entregarem as projeções negativas do mercado. "Eles devem continuar preparados com diversidade de produto mais em conta para que não falte no estoque", diz.
Dentro das principais estratégias citadas por ele, está a visibilidade dos produtos nas prateleiras e no marketing. "Não adianta colocar produtos caros, tem que direcionar para o que o consumidor está querendo, seja promoção ou itens mais baratos", diz.
Perspectiva
Um exemplo da tendência de mercado é o planejamento da bandeira supermecadista Mambo. Mesmo com produtos premium e importados disponíveis ao cliente, a rede adotou alternativas. "Além das linhas de produtos e marcas tradicionais para a ceia, o Mambo também acrescentará um mix de produtos nessas mesmas categorias com preços mais acessíveis, justamente para quem busca poupar", contou.
Para quem deseja opções mais baratas na ceia, a rede também disponibiliza categorias mais acessíveis. "Além do Peru, temos aves natalinas com preço mais acessíveis como. O Mambo está apostando em um mix bem variado, com opções para todas as necessidades, gostos e bolsos".
Veículo: Jornal DCI