Outro assunto que deixa os cafeicultores apreensivos é a possibilidade de o Brasil abrir as importações de cafés de outros países, como a Etiópia, por exemplo, pleiteado pela Nestlé, com o objetivo de viabilizar a composição de blends e atender à demanda existente nos mercados interno e externo. A multinacional deve inaugurar, em breve, nova unidade fabril em Montes Claros, onde serão produzidas as cápsulas Nescafé Dolce Gusto.
O pedido atual é para a importação de café da Etiópia, mas este ano o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) chegou a autorizar a importação de café do Peru, que foi suspensa após a manifestação contrária dos representantes do setor produtivo da cafeicultura brasileira. A importação de cafés é criticada pelo representante da Faemg e da CNA.
“Caso ocorra a liberação da importação de café por parte do Ministério da Agricultura, a produção nacional será prejudicada. Além dos riscos sanitários, que podem colocar a produção exposta às doenças não existentes no Brasil”, observa Mesquita, acrescentando que se o Mapa aprovar o pedido da Nestlé, a tendência é que as demais empresas do setor também optem pela importação do grão.
Ainda segundo Mesquita, os cafés produzidos no País são variados, com alta qualidade e suficientes para atender a demanda das empresas aqui instaladas. “O produtor vem investindo cada vez mais na melhoria da qualidade, que já avançou muito. Além disso, a produção é bem variada, capaz de atender a diversos gostos. Defendo que o uso do café nacional deve ser priorizado”, explica Mesquita.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG