Tomate, botijão de gás e energia elétrica estão entre os mais frequentes da lista.
Neste mês de novembro foram a gasolina e o etanol que alimentaram o dragão inflacionário. Mas ao longo de 2015 outras mercadorias também contribuíram por jogar os preços para o alto. Confira o que tem feito o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) avançar no ritmo mais acelerado em 13 anos.
Janeiro - Conta de luz e passagem de ônibus puxam alta
O ano mal começou e o dragão da inflação já voava alto: no primeiro mês de 2015 a inflação oficial avançou 1,24% — a maior taxa registrada em um único mês desde 2003, primeiro ano do governo Lula. No acumulado de 12 meses, o aumento dos preços chegou a 7,14% e estourou o limite da meta definida pelo governo. O reajuste da passagem de ônibus e metrô em diversas cidades no início do ano também teve impacto significativo na inflação. Em janeiro, os gastos com transporte subiram 1,83%, sendo os maiores aumentos registrados no metrô (9,23%), no trem (8,95%) e no ônibus urbano (8,02%).
Fevereiro - Gasolina impulsiona inflação
A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,22% em fevereiro. O destaque do mês ficou com a gasolina. Os preços subiram 8,42%. Refletindo aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, que entrou em vigor em 1º de fevereiro, a gasolina exerceu um impacto forte, sendo responsável, sozinha, por um quarto do IPCA, ou seja, 25,41%.
Março - Dragão na tomada
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,32% em março, pior resultado para o mês em 20 anos. Em março de 1995, a alta de preços foi de 1,55%. No primeiro trimestre de 2015, o índice apontou elevação de 3,83%, taxa sem precedentes para o período, desde 2003. Em apenas três meses, o custo de vida consumiu quase toda a meta perseguida pelo Banco Central para o ano, de 4,5%. O maior responsável pela disparada da inflação foi a energia elétrica, com aumento médio de 22,08%.
Abril - Tomate e Cebola temperam os preços
No quarto mês do ano, a inflação tira o pé do acelerador e avança em ritmo menor, 0,71%. No grupo de alimentos e bebidas, a inflação também perdeu força, passando de 1,17% em março para 0,97% no mês passado. Ainda assim, foi o grupo com maior peso sobre o indicador. O destaque foram as altas de 17,9% no preço do tomate e de 7,05% na cebola.
Maio - Conta de luz e o tomate, mais uma vez
A inflação oficial do país, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,74% em maio. Era a maior taxa para o mês desde 2008, quando ficou em 0,79%. O índice foi puxado principalmente pela conta de luz e pelos alimentos.
Junho - Jogos trazem "azar" para os preços
Os brasileiros não enfrentavam um mês de junho com uma inflação tão alta desde 1996. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 0,79%. Com esse resultado, a inflação do primeiro semestre fechou em 6,17%, depois de encerrar os seis primeiros meses de 2014 em 3,75%. De maio para junho, foram as despesas pessoais que mostraram o maior aumento de preços entre tudo o que é analisado pelo IBGE. A alta, de 1,63%, é atribuída principalmente aos jogos de azar, que ficaram 30,80% mais caros.
Julho - Outro choque no bolso
O brasileiro sentiu impacto menor da inflação no bolso em julho, depois de vivenciar, no mês anterior, o pior junho desde 1996. Mesmo tendo desacelerado para 0,62%, a inflação oficial registrou o valor mais elevado, para o sétimo mês do ano, desde 2004. O principal responsável pela alta desta vez foi a eletrvidade. No ano, a inflação subiu 6,83%, já ultrapassando o teto da meta estipulado para todo o ano.
Agosto - Inflação na bomba
Queda nos preços dos transportes contribuiu para a desaceleração. Energia, que subia desde março de 2014, também diminuiu um pouco. Os preços baixaram pela primeira vez, desde agosto do ano passado, principalmente a batata inglesa, o tomate e a cebola. Apesar disso, a inflação acumulada do ano é a maior desde 2003. O preço da gasolina subiu 0,67% e do etanol 0,60%. Consequentemente, a tarifa do ônibus urbano aumentou: 0,60%.
Setembro - Botijão dá gás na inflação
Inflação acelera para 0,54% em setembro e chega a 9,5% em 12 meses. No acumulado de 2015, a inflação ficou em 7,64%, acima dos 4,61% em igual período do ano passado e também acima do teto da meta do governo. O vilão da alta de preços em setembro foi o botijão de gás, importante na despesa das famílias, que respondeu por cerca de um quarto do índice. O gás para uso residencial ficou 12,98% mais caro nos pontos de distribuição para o consumidor, percentual inferior ao reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, com vigência a partir de 1º de setembro.
Outubro - Combustíveis e alimentos dão força à inflação
De setembro para outubro, o que mais influenciou a alta de preços no país foram os combustíveis. O aumento foi de 6,09% e representou quase 40% na composição do IPCA. No caso da gasolina, que teve seu reajuste de preços autorizado pela Petrobras no final de setembro, ficou, em média, 5,05% mais cara. No mês a alta dos preços foi de 0,82%.
Veículo: Jornal Zero Hora - RS