O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) voltou a cair em dezembro, registrando 96,3 pontos, o que revela pessimismo dos consumidores. Segundo pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador é 1,3% menor do que o de novembro e 11,8% inferior ao registrado em dezembro de 2014.
“A manutenção do pessimismo explica a fraca demanda em 2015 e indica perspectivas de manutenção desse cenário em 2016”, destaca a CNI. Desde janeiro deste ano, o Inec está abaixo da média histórica, que é de 109,6 pontos.
De acordo com a pesquisa, a queda na confiança dos consumidores é resultado, principalmente, do aumento do pessimismo sobre o mercado de trabalho nos próximos seis meses. O índice de expectativa em relação ao desemprego caiu 8,2% e o da renda pessoal recuou 1,7% na comparação com novembro. Segundo a metodologia da pesquisa, quanto maior a queda do indicador, maior é o número de pessoas que esperam o aumento do desemprego e a queda na renda pessoal.
O levantamento aponta ainda recuo nos indicadores de expectativas sobre o endividamento e a situação financeira. “Isso significa que os brasileiros preveem a piora da situação financeira e o aumento das dívidas nos próximos seis meses”, destaca a CNI. A pesquisa do Inec ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios, entre os dias 4 e 7 de dezembro e foi feita em parceria com o Ibope Inteligência.
Boa Vista - Um dos principais indicadores antecedentes da atividade econômica, as vendas do comércio caíram em novembro em todas as bases de comparação. Reiterando a profundidade da recessão por que passa a economia brasileira, o movimento no comércio despencou 2% no mês passado na análise dos dados nacionais dessazonalizados na comparação com outubro. O levantamento e compilação dos números são da Boa Vista SCPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
No acumulado do ano até novembro, foi registrado recuo de 2,6% nas vendas relativamente ao mesmo período de 2014. Na contabilização dos negócios no período de 12 meses, que se estende de dezembro do ano passado a novembro último, o setor varejista amargou uma retração de 2,4% nas vendas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado a retração foi ainda maior e as vendas cederam 3,7%.
De acordo com registros da Boa Vista SPC, o indicador vem transitando pelo território negativo desde julho e só vem acelerando o ritmo de queda. Para os técnicos da Boa Vista SCPC, fatores macroeconômicos como elevação de juros, piora do mercado de trabalho e inflação em patamar elevado continuarão afetando de forma intensa a confiança e o poder de compra consumidor.
“2015 deverá marcar a atividade varejista como um ano recorde na diminuição das vendas, efeito que provavelmente se estenderá também para 2016”, dizem os técnicos da Boa Vista.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG