Brasileiro deve comprar cada vez mais esses aparelhos em datas como Dia da Criança, acredita instituto que monitora mercado de eletroeletrônicos. Vendas devem ter queda de 33% em 2015.
A demanda por tablets será mais sazonal no próximo ano, refletindo a perda de interesse dos brasileiros pelo produto. A expectativa é que as vendas industriais, em volume, recuem 22% ao final de 2016.
"A tendência é que as vendas de tablets fiquem cada vez mais concentradas em datas específicas, como o Dia da Criança e o Natal", estima o analista do IDC Brasil, Pedro Hagge.
Na opinião dele, no primeiro semestre de 2016, a categoria também deve sofrer o impacto da retirada do programa de inclusão digital conhecido como Lei do Bem. O programa previa isenção de PIS e Cofins para computadores, tablets, smartphones, modems e roteadores.
Além disso, de acordo com o analista, uma parcela considerável dos consumidores que compraram tablets nos últimos anos não teve uma "experiência completa de uso" e, por isso, não devem trocar os produtos ou comprar versões mais atuais.
"O cenário para tablets é mais desafiador que para computadores e notebooks, por exemplo, porque além das questões econômicas que vêm impactando o consumo no País, o tablet já vem perdendo apelo junto aos brasileiros".
O IDC prevê queda de 33% no volume vendido de tablets no mercado nacional em 2015 na comparação com o ano passado, já refletindo a desaceleração no consumo da categoria. O IDC Brasil monitora as vendas da indústria para o varejo em diferentes categorias nas áreas de telecomunicações e consumo de tecnologia.
PCs
Já os fabricantes de computadores devem continuar pressionados pela redução dos investimentos em 2016, mas podem ter melhor desempenho que a categoria de tablets.
"O maior agravante [para a categoria] talvez seja o atual momento econômico", avalia o analista. Ele lembra que, há quatro anos, os computadores eram os únicos dispositivos que permitiam melhor qualidade de acesso à internet. Nos últimos anos, entretanto, a disputa com outros dispositivos, principalmente os smartphones, tem elevado a pressão sobre essa indústria.
"A vantagem é que, como dispositivo para produção de conteúdo, os computadores ainda não têm nenhum concorrente a altura, fugindo da disputa que vemos entre tablets com smartphones", cita.
O IDC prevê retração de 37% no volume de vendas de computadores este ano sobre 2014 e, para 2016, a perspectiva é de queda de 12%. "Mesmo não prevendo queda tão acentuada, se considerarmos os últimos anos, é um recuo bem expressivo", cita ele.
Para Hagge, os fatores que impactam o mercado de tablets também vão afetar a demanda por computadores, como o fim da Lei do Bem e a conjuntura econômica.
"A alta do dólar é outro fator que deve atrapalhar as vendas em 2016. Mesmo montando os produtos no País, muitos componentes são importados. Com a alta da moeda, as fabricantes devem repassar os aumentos para o preço, para equalizar suas margens de lucro, inibindo ainda mais a compra desses itens", detalha.
O setor corporativo, cliente importante da categoria, também não dá sinais de retomada das compras. "Não temos muitas novidades, os agravantes para o setor, incluindo a falta de confiança para investir, continuam iguais", diz ele.
Veículo: Jornal DCI