Farmácias/perfumarias, vestuário e supermercados impulsionam alta no varejo

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Primeiro resultado positivo desde fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,6% na passagem de setembro para outubro na série livre de influências sazonais. É o que mostra a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE.

A alta em outubro foi particularmente impulsionada pelos segmentos de farmácias e perfumarias (+1,5%), vestuário (+1,9%) e principalmente hiper e supermercados (+2,0%) - este último responde, em média, por quase 40% da movimentação anual do varejo brasileiro no conceito restrito. No conceito ampliado, no entanto, o resultado de -0,1% foi puxado pela queda de 2,9% nas vendas de materiais de construção.

A ausência de fatores que permitam suavizar a crise do setor e a percepção de que o mercado de trabalho, lastro do consumo no país, deverá continuar a apresentar sinais de deterioração nos próximos meses levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a manter perspectiva negativa para o setor nos próximos meses. A expectativa da entidade para o volume de vendas em 2015 foi revisada para -4,1%. Se confirmado, esse seria o pior resultado anual do setor desde o início dos levantamentos do IBGE, há 15 anos. O ano mais fraco até então foi 2003 (-3,7%). No conceito ampliado, a CNC espera queda de 7,5% e entende que o ano de 2015 já garantiu os piores resultados da série histórica, iniciada em 2004. Para o próximo ano, as expectativas também foram ajustadas para baixo em ambos os conceitos da pesquisa (-3,7% e -5,8%, respectivamente).

- O resultado de outubro não aponta para uma tendência de recuperação do volume de vendas nos próximos meses. Primeiramente porque a inflação de diversos itens de alimentação renovou o fôlego em novembro. Além disso, pelo segundo mês seguido todos os 10 segmentos pesquisados voltaram a registrar quedas nessa base comparativa - algo inédito em 15 anos da pesquisa. O recuo de 5,6% em relação a outubro de 2014 intensificou, portanto, as perdas do setor, que, na média de 2015, alcançam -3,6% - aponta Fabio Bentes, economista da Confederação.

A Frente Sudeste de Associações Comerciais está divulgando hoje manifesto com apelo aos políticos, congressistas e governantes, para que encontrem uma solução rápida e efetiva para as crises econômica e política.

O grupo é constituído pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) e Associação Comercial e Empresarial do Espírito Santo (ACE-ES) - e pelas respectivas federações.

Juntas, as entidades representam mais de mil associações de seus estados. Intitulado "O Brasil tem pressa", o documento chama a atenção para a urgência do tema e está sendo encaminhado para formadores de opinião, imprensa, empresários e outros públicos.

"Se o tempo para políticos e governantes não é importante, podendo ajustar-se às conveniências de interesses pessoais ou de grupos, o mesmo não acontece para o restante do país", afirmam os signatários.

Os dirigentes da ACSP, ACMinas, ACRio e ACE-ES cobram pressa do Congresso na solução da crise política, resguardado o direito de defesa das partes envolvidas, mas sem estratégias que visam a postergar as decisões.

"(...) convidamos todas as entidades de classe empresariais a se engajarem em um movimento para propor soluções e exigir decisões da classe política, não apenas para superar a crise do momento, mas efetivar a inadiável reforma política que possa evitar a repetição de episódios de instabilidade institucional, paralisia administrativa e incerteza econômica", conclama o manifesto.

"Esse documento resume o sentimento dos empresários e chama a atenção para a urgência de se encontrar soluções na prática - e não na teoria. Quanto mais se demora, mais a economia se deteriora e mais difícil será a retomada. É preciso transmitir sentido de urgência para a classe política, para que a solução não seja jogada para mais longe e deliberadamente", ressalta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

 



Veículo: Site Monitor Mercantil


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