Nem só de madeira e minérios vive a pauta de exportações do Pará. Embora com participação ainda pequena, as frutas têm se destacado entre os produtos paraenses que mais atraem a atenção do mercado exterior e também dos consumidores do centro-sul do País. A grande vedete neste mercado é o açaí, que entrou definitivamente no cardápio de brasileiros de todos os Estados na década passada e conquistou admiradores mundo a fora. Hoje, o Pará produz cerca de 650 mil toneladas da fruta por ano. Parte desse volume é consumida no mercado interno e parte vai para o exterior.
“Temos tido uma preocupação grande com a verticalização da produção, porque esse é um mercado crescente e queremos sair da polpa para a venda de outros produtos”, diz a presidente do Sindicato de Frutas do Estado do Pará (Sindfrutas), Solange Mota. O açaí responde por quase 90% das exportações de frutas do Pará, segundo informações do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). O gerente do CIN, Raul Tavares, explica que a venda para o exterior se dá sob a forma de polpas. E a tendência é de alta.
Entre janeiro e novembro do ano passado, o Pará exportou o equivalente a US$ 23 milhões. No mesmo período deste ano, a despeito da instabilidade econômica internacional, as vendas para o exterior cresceram e já acumulam US$ 26,6 milhões (aumento de quase 15%). “Isso é um alento, porque esse setor permite uma circulação econômica maior e gera ocupação no campo, em geral para produtores familiares”, explica o gerente do CIN. Além do açaí, o Pará envia para outros Estados, abacaxi, banana e coco, cacau, castanha do Pará, entre outras frutas.
A nossa região responde por 5,5% da produção nacional de frutas, com uma produção de 3, 4 milhões de toneladas (somando todos as os frutos) por ano. Mas essa participação tende a aumentar. “Com a crise hídrica em outras regiões do Brasil e a abundância de água na nossa região, a tendência é de que algumas plantações migrem para cá”, afirma o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Urbano de Carvalho. O pesquisador explica que o próprio mercado local ainda tem potencial de crescimento. Cita como exemplo o caso do abacate. O Pará compra cerca de 7 mil toneladas por ano. “Os recursos usados para essa compra poderiam ser internalizados”. Outro exemplo é a banana. Embora seja um grande produtor, o Pará ainda precisa comprar a fruta em outros Estados para atender à demanda local.
Veículo: Site Diário Online - PA