A redução no volume de encomendas feitas pelo varejo tem elevado os custos logísticos da fabricante brasileira de geleias Queensberry. Para estimular as vendas neste ano, a empresa aposta na ampliação das linhas de produtos.
"Os varejistas vêm administrando com mais critério o volume dos estoques, mas isso acaba encarecendo o nosso custo logístico", afirma o diretor comercial da empresa, Cristiano de Moraes.
Ele explica que a empresa tem entregado volumes menores de pedidos com a mesma estrutura de transporte.
Embora o frete não seja o principal componente nos custos da fabricante, vem impactando os preços praticados. "No segundo semestre do ano passado aumentamos em média 15% os preços dos produtos, mesmo percentual da alta nos custos com transportes. Mas não foi suficiente para equilibrar as contas."
As despesas da Queensberry com a compra de matéria-prima importada e embalagem dispararam com a alta do dólar frente ao real. A empresa importa mais da metade das frutas usadas na produção e, mesmo as matérias-primas nacionais são precificadas com base na cotação do dólar. Em 2015, a moda norte-americana avançou 48% frente ao real.
"O desafio neste ano é convencer o varejo a manter ou ampliar o volume de encomendas", comenta. Segurar o reajuste de preço também está nos planos. "Queremos ganhar produtividade para melhorar a negociação com clientes. Mas é difícil prever como ficarão os custos nos próximos meses".
A exposição dos custos da fabricante à variação cambial tem adicionado incerteza aos planos, mas Moraes reforça que a meta neste ano é faturar 18% mais que no ano passado, quando o faturamento avançou 10%, em linha com a inflação registrada no período.
Diversificação
Uma nova linha de produtos, lançada no final de 2015, é a aposta do diretor da empresa para ampliar as encomendas. "Até março esperamos ter uma distribuição pulverizada da nossa nova linha de coberturas para sobremesas, cujas vendas devem impulsionar essa alta no faturamento."
A demanda projetada para a nova linha também deve ajudar a reduzir a ociosidade na fábrica da Queensberry, em Itatiba (SP). Das três linhas instaladas na planta, apenas uma opera com a capacidade total atualmente.
"Ampliamos em 300% a capacidade com a nova fábrica, apostando na alta da demanda nos próximos anos", destaca.
Para 2016, a expectativa é enfrentar um ano ainda difícil. "No ano passado, reajustamos os preços num momento em que os brasileiros já estavam indo menos ao mercado e segurando as compras, e a demanda claramente sofreu", diz.
Veículo: Jornal DCI