Após um tombo de 8,3% em 2015, setor projeta mais um ano difícil pela frente.
Após registrar queda de 8,3% no ano passado, a maior em 12 anos, a indústria brasileira se prepara para novo recuo na produção. Apesar de mais brando, não é visto como recuperação, pois virá em cima de uma base comparativa muito deteriorada. Setores com destaque no Produto Interno Bruto (PIB) veem 2016 tão ou mais difícil que 2015.
O dólar valorizado deve ajudar alguns segmentos, mas não é a tábua de salvação. Muitas empresas perderam os clientes no período do dólar barato e retomar contratos será tarefa árdua.
Recuperação econômica e volta da confiança de consumidores e investidores estão no topo da lista dos empresários como primordial para suas atividades. Mas setores como aço, autopeças, máquinas e equipamentos, químico, vestuário, veículos e eletroeletrônicos também têm demandas específicas vistas como urgentes para melhorar o desempenho. Todas dependem de medidas a serem adotadas pelo governo. Algumas passam por liberação de subsídios, o que conflita com o ajuste fiscal que o governo tenta aprovar.
José Augusto Fernandes, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), confirma que qualquer medida para melhorar a economia envolve decisões do governo que apontem para um cenário de recuperação da confiança. "É preciso construir uma agenda em cima do pilar fiscal e da competitividade".
Para ele, apesar das demandas de cada setor, as questões a serem enfrentadas são tributação, relações do trabalho e desburocratização.
Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo