Em meio a um cenário de mercado interno retraído e cenário global com excedente de aço, a produção nacional começou 2016 em queda, assim como as vendas domésticas. Em janeiro, o volume de aço bruto produzido pelo parque siderúrgico brasileiro foi de 2,451 milhões de toneladas, 17,9% menos do que no mesmo mês de 2015 (2,984 milhões de toneladas).
As siderúrgicas instaladas em Minas Gerais produziram 912,4 mil toneladas de aço bruto no primeiro mês deste ano, o que equivale a 37,2% da produção total do País para o período. Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Aço Brasil (IABr).
A produção brasileira de laminados (aços planos e aços longos) atingiu 1,631 milhão de toneladas em janeiro contra 2,007 milhões de toneladas no mesmo mês de 2015, uma retração de 18,7%. O volume de laminados produzido nos últimos 12 meses totalizou 22,2 milhões de toneladas e respondeu por 68% do total de aço produzido no intervalo em todo o Brasil.
Com base nas informações divulgadas pelo IABr, o volume de aços planos, usados pelo setor automotivo e para a produção de eletrodomésticos da linha branca, que está entre os principais consumidores de aço, totalizou 948,9 milhões de toneladas em janeiro, volume 22,6% menor do que o do mesmo período de 2015 (1,225 milhão de toneladas).
A produção nacional de longos também caiu. O volume produzido do insumo usado majoritariamente pela indústria da construção civil, importante demandante de aço que atravessa um período de recessão, em janeiro somou 682,7 mil toneladas, 12,6% de queda em relação às 781,2 mil toneladas produzidas em igual mês de 2015.
Por outro lado, a produção de semiacabados, que inclui placas, lingotes, blocos e tarugos, das siderúrgicas instaladas no País somou 704 milhões de toneladas em janeiro, volume 31,3% maior do que o de igual período do exercício anterior, que somou 536,3 mil toneladas, nas contas do IABr.
As vendas acumuladas de produtos siderúrgicos no mercado brasileiro em janeiro somaram 1,231 milhão de toneladas, com redução de 26,8% em comparação com a de igual intervalo do exercício anterior. Ainda segundo o IABr, o consumo aparente nacional de aço chegou a 1,3 milhão de toneladas no período, retração de35% frente ao mesmo mês de 2015.
Exportações - Conforme o IABr, apesar do câmbio desvalorizado, a forte concorrência no mercado global e os preços baixos do aço prejudicaram as exportações. Em janeiro, os embarques de produtos siderúrgicos totalizaram 976,8 mil toneladas e US$ 371,6 milhões, retrações de 8,6% em volume e de 45,5% em valor, quando comparados às do mesmo período do ano anterior.
Para o presidente do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, além do mercado doméstico ter encolhido, a sobreoferta de aço no mundo, algo em torno de 700 milhões de toneladas, e o bombardeio de produtos siderúrgicos chineses em todo o mundo tornam a concorrência ainda mais complicada para o aço brasileiro no cenário internacional. “O mercado interno mingou e as exportações não dão resultado, não tem margem”, afirmou.
No que se refere às importações, o primeiro mês deste ano começou com um bom sinal, mas que não configura ainda uma tendência na avaliação do presidente do IaBr. O País importou 105 mil toneladas de produtos siderúrgicos em janeiro, 72,5% menos do que no mesmo mês do ano passado, quando as compras de aço no exterior totalizaram 381,3 mil toneladas.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG