Os preços de matérias-primas como milho e cana-de-açúcar aceleraram no atacado, pressionando o resultado do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). O indicador avançou 1,39% no âmbito da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de fevereiro, informou nesta sexta-feira, 19, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em janeiro, a taxa havia ficado em 0,82%. Por outro lado, os alimentos in natura diminuíram o ritmo de alta nos preços.
O principal impacto para a aceleração do IPA veio das matérias-primas brutas, que ficaram 1,82% mais caras na leitura divulgada hoje, contra aumento de 0,45% no mês passado. Os itens que mais contribuíram para este movimento foram milho em grão (4,94% para 17,17%), bovinos (-0,37% para 2,27%) e cana-de-açúcar (1,43% para 4,57%). No sentido contrário, destacam-se soja em grão (1,28% para -0,45%), suínos (-0,20% para -8,99%) e laranja (3,70% para -2,88%).
A inflação também ganhou força entre os bens intermediários (0,53% para 1,13%). O destaque coube ao subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,83% para 1,66%.
Já os bens finais desaceleraram de 1,41% em janeiro para 1,31% em fevereiro. A maior contribuição para este movimento teve origem no subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 6,49% para 1,99%.
A inflação no setor agropecuário acelerou no atacado. Os preços subiram 2,36% na segunda prévia do IGP-M de fevereiro, após aumento de 1,70% na segunda prévia de janeiro. A inflação industrial atacadista também ganhou força ao registrar alta de 1,00% na leitura divulgada nesta sexta, contra avanço de 0,47% no mês passado.
Os preços das matérias-primas brutas avançaram 1,82%, contra aumento de 0,45% na mesma base de comparação.
IPC
O impacto dos reajustes nas tarifas de ônibus ainda pressiona a inflação varejista na segunda prévia do IGP-M de fevereiro. As despesas com empregado doméstico e cursos não formais também cresceram, enquanto os alimentos foram o único grupo a dar uma trégua ao bolso dos consumidores.
Ao todo, sete das oito classes de despesa aceleraram na passagem do mês, levando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) a 1,17% na segunda prévia do IGP-M de fevereiro, contra 1,10% em janeiro.
A principal contribuição partiu do grupo Transportes (0,93% para 1,74%), com impacto do item tarifa de ônibus urbano, cuja taxa passou de 2,55% para 3,80% - ainda efeito dos reajustes concedidos no início de ano.
Também aceleraram os grupos Habitação (0,66% para 0,86%), Educação, Leitura e Recreação (1,98% para 2,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,50% para 0,62%), Vestuário (0,40% para 0,60%), Despesas Diversas (1,01% para 1,31%) e Comunicação (0,39% para 0,50%). As maiores contribuições para estes movimentos partiram dos itens empregados domésticos (0,99% para 2,63%), cursos não formais (1,87% para 2,14%), medicamentos em geral (0,01% para 0,32%), roupas (0,18% para 0,71%), cigarros (1,23% para 1,90%) e mensalidade para TV por assinatura (0,96% para 1,49%), respectivamente.
Apenas o grupo Alimentação desacelerou, passando de 1,93% para 1,29%. Nesta classe de despesa, o destaque foi o item hortaliças e legumes (14,84% para 6,23%).
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a 0,40% na segunda prévia do IGP-M de fevereiro, contra alta de 0,27% em janeiro. O resultado é explicado principalmente pelo custo da mão de obra (0,08% para 0,33%), embora o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços também tenha ganhado leve força na passagem do mês (0,47% para 0,48%).
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG