As chuvas que atingiram o País nas últimas semanas elevaram o preço das refeições na região. Em média, os itens alimentícios subiram 1,46% nesta semana, enquanto os hortifrutigranjeiros tiveram alta de 0,99%. Os dados são de pesquisa semanal da cesta básica feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) em supermercados de seis cidades do Grande ABC (a única que não integra o levantamento é Rio Grande da Serra).
O produto que mais encareceu foi o feijão carioca (9,59%), atingindo a média de R$ 3,20 o quilo. Em algumas lojas, entretanto, o alimento que compõe o prato mais tradicional das famílias paulistas chegou a ser encontrado a R$ 5,99. Coordenador da pesquisa, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto explica que os temporais típicos do verão atrapalham a colheita do grão. “O excesso de chuvas pode mofar o feijão ou fazê-lo germinar, o que diminui a oferta disponível para a comercialização”, explica.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o feijão está 8,47% mais caro. Benedetto comenta que o volume de chuvas foi menor em 2015, o que possibilitou que a colheita fosse melhor.
Outro item impactado pelo clima foi a batata, que subiu 4,88% nesta semana. A laranja teve alta ainda maior, de 7,04%, e chegou a R$ 2,13 o quilo. Segundo Benedetto, a fruta, que é típica do outono, tem a demanda elevada no verão para produção de sucos naturais.
Os cortes bovinos traseiros, considerados como de primeira qualidade, aumentaram 2,54%. O preço médio do quilo, que toma como referência o coxão mole, passou de R$ 23,26 para R$ 23,85. Na opinião de Benedetto, a alta vai contra a tendência para época, especialmente por causa da Quaresma, período que antecede a Páscoa e cujo consumo de carne vermelha é evitado por muitos fiéis. Além disso, o engenheiro acrescenta que, nos últimos dias do mês, os supermercados costumam reduzir os preços em razão da menor demanda, já que os consumidores estão com menos dinheiro disponível. O frango também subiu (3,54%), enquanto a carne bovina de segunda – acém – ficou praticamente estável (-0,23%).
Por outro lado, os produtos não alimentícios ficaram mais baratos. Os destinados a limpeza doméstica tiveram redução de 1,84%, enquanto os de higiene pessoal caíram 0,07%.
A cesta básica da Craisa é composta por 34 itens de quatro grupos. O preço do kit passou de R$ 530,08 para R$ 536,54 – aumento de 1,22%. No mesmo período do ano passado, o conjunto de itens custava R$ 466,59 na região. A variação em 12 meses, portanto, foi de 14,99%. A inflação nesse intervalo deve chegar a 10,24% (considerando previsão de 0,87% para fevereiro).
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC