Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, pelo fato de a região Noroeste de Minas Gerais ser a maior produtora de feijão, representando 42,05% do volume estadual, qualquer impacto negativo na produção reflete nos preços do Estado.
“Todos os principais municípios produtores de feijão primeira safra são do Noroeste, por isso, o impacto repercute no Estado. Observamos que os preços pagos aos produtores são rentáveis. No entanto, as outras culturas também têm se mostrado mais viáveis e atraído o interesse dos produtores. Mesmo assim, as expectativas para a segunda safra são positivas, como perspectiva de aumento de 23,7% e colheita de 194,8 mil toneladas”.
Ainda segundo Albanez, os estoques de feijão no País estão baixos, o que é favorável para a sustentação dos preços. Porém, devido à atual situação das famílias, que tiveram a renda reduzida, novos reajustes nos preços poderão significar queda no consumo.
Para se ter ideia, a expectativa é que os estoques de passagem fechem a safra 2015/16 em 60 mil toneladas, correspondente a menos de um mês de consumo. O volume está menor que o estoque da safra anterior, que foi de 89,1 mil toneladas, e que o da safra 2013/14, cujo volume era de 300 mil toneladas. A queda nos últimos anos ocorreu devido à seca que prejudicou severamente a cultura.
“A expectativa é que a produção total em 2015/16 atenda à necessidade do consumo brasileiro. Mas, se tivermos acréscimos de preços existe o risco de redução da demanda devido à redução do poder aquisitivo da população”, explicou Albanez.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG