Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em fevereiro, as exportações brasileiras da indústria têxtil e de confecção em caíram 36,16% na comparação com o mesmo período do ano passado em dólar. Ou seja, nem o real desvalorizado ajudou o setor a recuperar a participação no mercado internacional. Em toneladas importadas, a alta foi de 17,77% no mês passado.
Na comparação entre os primeiros bimestres de 2008 e 2009, a situação das exportações é ainda pior: houve um recuo de 40,85% em valor. As importações também se retraíram, só que em ritmo menor - 23,21%. Em toneladas, a perda foi de 22,67% ante janeiro-fevereiro de 2008.
A retração das vendas para o mercado internacional tem se acentuado por causa das ações agressivas dos fabricantes chineses e da própria queda na demanda pelos produtos, resultado da crise econômica global. Outro fator que pesa bastante no baixo desempenho são as barreira s criadas nos últimos meses pelo governo argentino às mercadorias brasileiras.
No governo, discute-se a possibilidade de se criar cotas de exportação para a indústria nacional na tentativa de aplacar o ânimo do país vizinho e assim retomar o ritmo normal de embarques brasileiros
Para Aguinaldo Diniz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a única forma de o setor crescer em 2009 será com a intervenção do governo contra a entrada dos produtos chineses.
Essa indústria não tem superávit comercial desde 2004. Agora, mesmo com o dólar em alta, Diniz não acredita num grande desempenho - a previsão é de aumento nas vendas de no máximo 2,5%.
Veículo: O Estado de S.Paulo