O desempenho do comércio varejista surpreendeu positivamente em janeiro e trouxe um pouco de alívio ao final de uma semana de notícias ruins para a economia. As vendas do setor cresceram 1,4% ante dezembro, contrariando as previsões de queda. Na comparação com janeiro do ano passado, houve alta de 6%. A Bahia registrou um índice de crescimento de 2,8% em janeiro de 2009 em relação ao mesmo mês de 2008. Em comparação com dezembro, houve leve retração de 0,5%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE). Tanto na Bahia quanto no Brasil o crescimento em janeiro foi puxado pelo ramo de hipermercados e super mercados.
Embora o volume de vendas no varejo tenha crescido em janeiro, o resultado ficou aquém em relação aos índices de crescimento de anos anteriores. A crise financeira mundial, que tem repercutido no País, está causando menores índices de consumo, avalia Edmundo Figueiroa, economista e diretor de indicadores e estatísticas da Superintendência de Estaudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), que divulga a pesquisa no Estado.
Para se ter uma ideia, as vendas do comércio baiano cresceram 14,6%, 5,13% e 12,59%, nos meses de janeiro dos anos de 2007, 2006 e 2005, respectivamente, em relação a janeiro dos anos anteriores. “A economia baiana vinha crescendo em ritmo forte até setembro. Desse período para cá o crédito ficou mais escasso. Você tem um conjunto de produtos dependentes de crediário, o que envolve taxa de juros e prazos de pagamento. O crédito ficou mais escasso e os prazos para pagamento, mais curtos", explica o economista.
”Justamente os produtos que para serem adquiridos precisam de crediário foram os que registraram queda. Em início de ano geralmente as vendas caem em razão dos tributos como IPVA e IPTU e, para quem tem filhos, a compra de material escolar. De qualquer forma, é uma diferença significativa o crescimento de janeiro em relação ao do ano passado”, disse, ainda, Figueiroa.
Os analistas de mercado financeiro esperavam, em média, um recuo 0,1% nas vendas ante mês anterior. O técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE Reinaldo Pereira atribuiu a boa surpresa especialmente às promoções de início de ano para esvaziar estoques, mas citou também a continuidade de aumento da massa salarial e as iniciativas governamentais para incentivar o consumo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis e a nova tabela do Imposto de Renda.
O aumento de 6% nas vendas do varejo do País em janeiro ante igual mês de 2008 foi puxado especialmente pela atividade de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que responderam por 3,4 ponto porcentual, ou 41% da expansão total do comércio varejista nessa comparação.
Segundo Pereira, essa atividade, que tem o maior peso (cerca de 30%) na pesquisa prossegue sendo beneficiada pela continuidade do aumento na massa salarial e a desaceleração, ou até mesmo queda, nos preços de alguns produtos alimentícios.
6% foi o crescimento do varejo no País em janeiro em comparação com o mesmo mês de 2008.
1,4% foi a expansão do comércio nacional em janeiro, em comparação com dezembro.
Veículo: A Tarde de Salvador - BA