Risque e Rabisque sem medo de errar

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Tirar uma caneta de luxo do bolso e anotar informações importantes é um gesto simples, mas que deixa explícito o status de um profissional bem-sucedido. O fato é que muitas pessoas preferem os lápis, ao invés da escrita à tinta. Esse objeto que ultimamente é visto como ferramenta para especialistas em desenhos, está voltando às mãos de alguns amantes da nostalgia do colégio. O diretor comercial da British Airways do Brasil, José Antônio Coimbra, escrevia com lápis no tempo de escola e voltou a utilizá-lo. Ele se diz cansado de utilizar canetas de luxo. "Sempre trabalhei com caneta. Há quatro anos, voltei ao lápis."

 

A praticidade que o lápis oferece se encaixa com a necessidade das pessoas. Como seus rabiscos são facilmente apagados com uma borracha, os traços e números de um planejamento são facilmente corrigidos. "É muito prático apagar o que está escrito, principalmente quando não é definitivo", diz Coimbra..

 

Ele lembra que suas hospedagens em hotéis foram o catalisador para o seu culto ao lápis. Como a maioria dos hotéis deixam lápis nos quartos dos seus hóspedes, Coimbra se acostumou e voltou a "usá-los definitivamente". "O mais interessante é que minha letra sai bem melhor quando escrevo com eles."

 

Contrariando a idéia de que parece estranho escrever com um lápis no trabalho, Coimbra relembra uma ocasião que lhe despertou interesse. "Sentado na mesa com os diretores da empresa, o vice-presidente me pediu um emprestado."

 

Nem sempre os lápis são motivo de espanto. A diretora executiva da MCF Consultoria, Cristiane Benzoni Duarte, nunca percebeu as pessoas estranhando os lápis que utilizou em reuniões. "Me sinto tão confortável usando lápis. Acredito que as pessoas nem reparam", destaca.

 

As canetas estão em segundo plano para Cristiane, tendo em vista que o grafite é sua preferência. "O problema é que eu perdia muitas lapiseiras. Com o lápis, isso não acontece."

 

Ela brinca e credencia os lápis como objetos sem atração e que se multiplicam. "É engraçado como eu perco uma lapiseira e ela nunca mais aparece. Já os lápis, eu não perco, mas quando acontece, aparecem uns cinco no lugar dele."

 

Tanto Coimbra quanto Cristiane incentivam seus filhos a utilizarem os lápis. Para os diretores, as crianças têm muito mais facilidade na escrita com os lápis.

 

História

 

Entre os primeiros indícios de que o homem usou uma ferramenta semelhante a um lápis está um registro do século XIV, época em que o grafite, sem refino, era coberto por dois pedaços de madeira. Quase cem anos depois, um oficial da artilharia da Alemanha utilizou um lápis.

 

Em 1761, o marceneiro Kaspar Faber criou o primeiro lápis de chumbo. O filho de Faber, Anton Wilhelm, obteve o comando da empresa, cujo o nome passou a ser A.W. Faber, entre 1784 a 1810.

 

Entre 1839 e 1896, a quarta geração dos Faber tocou a fábrica de lápis. Lothar von Faber, criou o primeiro lápis hexagonal. Nessa época foi lançado o primeiro lápis de marca do mundo, com a assinatura "A. W. Faber". Os integrantes da sexta geração dos Faber mudaram o nome da empresa, após uma união com a família Castell, para Faber-Castell. No começo do século XX, o conde Alexander Graf von Faber-Castell, que administrava a empresa, lançou o lápis Castell 9000. Voltando um pouco no tempo, no século XVIII, Nicolas Jacques Conté era fabricante de lápis de madeira, na França. Ele misturou as matérias primas grafite e argila, e criou um processo que possibilitava produzir várias graduações de dureza para o lápis.

 

A companhia de Conté cresceu e ficou reconhecida mundialmente pela qualidade de seus produtos. Em 1979, a BIC adquiriu a empresa do francês e, em 1993, combinando a tecnologia das duas fábricas, lançou o lápis Evolution, cujo corpo é flexível, composto de resina plástica, e a mina feita de resina plástica com grafite.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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