Inglesa M&C Saatchi quer a América Latina

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Com dez anos de atraso, como diz o presidente da companhia, Geoffrey Hamilton-Jones, abre as portas no País a M&C Saatchi , uma das maiores agências da Inglaterra. A holding funcionará também no Brasil com uma empresa de pesquisa, a Bolze & Buosi, adquirida recentemente. Sem revelar valores, a estimativa do executivo é de que em um ano e meio a operação dê lucro.

 

"Já devíamos ter aberto o escritório no Brasil, mas faltava a equipe certa", diz Hamilton-Jones, que foi diretor-executivo da Ogilvy e, há nove meses, prospectava o mercado para a M&C Saatchi - faltava também a abertura de capital do grupo, realizada em 2004. Ele explica que o investimento no mercado nacional se fazia necessário porque o Brasil é o 9° do mundo em verba de propaganda, com possibilidade de chegar a 7° em dois anos - na sua avaliação. O Brasil também vive em um bom momento, com o crescimento da classe C, além de ter uma população jovem consumidora. "O País é muito atraente para quem quer vender e para quem presta serviços", afirma. Hamilton-Jones acrescenta que o empreendimento demorou porque a proposta não era adquirir, mas sim abrir um escritório com gente nova. Ele terá como sócios Patricia Weiss (ex- McCann Erickson, na área de negócios) e Virgilio Neves (ex-Ogilvy) e Lilian Lovissi (ex- 141-Soho), responsáveis pela criação. O controle da filial brasileira será do grupo inglês.

 

O presidente do escritório local explica que a agência nasce com três clientes - além daqueles atendidos pelo grupo no exterior, que estão sendo prospectados: Make a wish (filantrópica na área de câncer infantil) e as construtoras americanas Hines e DMO (voltada para a classe C). Ele acrescenta que, fora do Brasil, a empresa tem muitos clientes da área de consumo de luxo.

 

A companhia de publicidade, apesar de poder fazer trabalhos em mídia digital, não terá um departamento específico. "Ainda não temos todos os recursos dentro de casa", explica Hamilton-Jones. Segundo ele, a "inteligência" da mídia on-line será feita internamente e a execução, fora.

 

A empresa de pesquisa e planejamento Bolze & Buosi foi criada a partir de duas, que trabalhavam também com clientes no México e Argentina. Hamilton-Jones explica que as duas companhias da holding - a agência e o instituto de pesquisa - trabalharão de forma distinta, mas em "sinergia". Um dos primeiros projetos a ser executado no setor de pesquisa é um estudo sobre como o consumidor reage na crise - já realizado nos Estados Unidos e na Inglaterra. O executivo diz que, em comum nos diversos mercados, há a existência de consumidores e empresas "urubus" que se aproveitam da oportunidade para comprar produtos mais baratos ou criar produtos para "os novos pobres".

 

A razão para ingressar no Brasil é ter uma presença na América Latina. Mas Hamilton-Jones é categórico ao afirmar que, por enquanto, o foco é o mercado brasileiro, e não a abertura de escritório fora. Acrescenta ainda que tem recebido propostas de sociedade de países vizinhos.

 

Hamilton-Jones lembra ainda que, apesar da crise financeira, o grupo abriu recentemente um escritório na Suíça e a operação - assim como a brasileira - é de risco baixo, pois não houve compra, mas sim sociedade. Ele acredita que um "tamanho ideal" do grupo seja a atuação em 25 países - hoje, a rede está presente em 16.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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