Varejo saiu na frente para entender os clientes

Leia em 2min 10s

O varejo é setor que mais se dá bem no desafio de vender para a classe média, avalia o publicitário Renato Meirelles, e o motivo é simples. "O varejo tem barriga no balcão. As grandes redes varejistas são de pessoas que vieram de baixo, o que o levou a entender esse consumidor muito antes do que a indústria", explica. Um impulso importante para esse negócio foi a bancarização da população de baixa renda, um filão de mercado captado pelos bancos e também pelas lojas, que focaram suas operações na maior oferta de crédito ao consumidor.

 

Mas lidar com empréstimos e financiamentos ainda é assustador por uma parcela significativa da classe média: 47% dos entrevistados pela McCann Erickson e Data Popular já fizeram empréstimos e 81% têm vergonha de terem feito. O cartão de crédito está presente em 59% das famílias, mas 70% têm dúvidas sobre seu funcionamento. Por isso, o diretor de relações institucionais do Itaú, Ricardo Terenzi, ressalta a necessidade de difusão de informações, ensinando o consumidor a se relacionar com o dinheiro. "O crédito, usado de maneira correta, é bom para todo mundo", diz.

 

Terenzi afirma que a maneira como será organizado o orçamento de cada família depende do momento pelo qual passa, mas realizar essa tarefa não é apenas olhar despesas e receitas e impor limitações, mas sim como usar os recursos. "Para isso, é preciso priorizar gastos e fazê-los de maneira mais correta, não só restringindo o consumo", explica.

 

Além do varejo, alguns segmentos industriais bastante focados ao consumidor se dão bem na comunicação com a classe média, como as indústrias de tecnologia. A Positivo Informática, por exemplo, direciona suas campanhas de marketing a explicar às famílias quais são os usos que um computador pode oferecer. O conceito de computador da família foi desenvolvido após pesquisas mostrarem que, na classe média o equipamento é utilizado por todos os moradores da casa e ocupa um lugar de destaque na residência, diferentemente do que ocorre nas classes A e B, nas quais cada pessoa tem sua própria máquina, revela o diretor de Marketing da companhia, César Aymoré.

 

Na comunicação da Positivo, não há espaço para expressões técnicas e de difícil compreensão. Tudo é traduzido para que todos compreendam. Além disso, Aymoré diz que as exigências tecnológicas são diferentes entre os segmentos da população, o que faz com que os preços também possam ser direcionados. Mais uma vez, a relação custo-benefício tem que valer a pena.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Crise afeta crédito ao produtor e pode desacelerar consumo global de café

O diretor executivo da Organização Internacional de Café (OIC), Néstor Osorio, admitiu que a...

Veja mais
Consumidor de classe média, um ilustre desconhecido

Eles já são mais da metade da população brasileira - 53,8% em dezembro -, movimentaram no an...

Veja mais
ICMS para produtos lácteos será zerado

Como alternativa à crise financeira mundial, o Governo do Estado concederá incentivos às empresas d...

Veja mais
Caça ao ovo

Confira o resultado da pesquisa que a reportagem fez para você; preços de alguns produtos mostram varia&cce...

Veja mais
Carrefour adota ações sustentáveis nas lojas

O grupo Carrefour lançou, esta semana, em Piracicaba, no interior de São Paulo, o programa "Carrefour e vo...

Veja mais
Brasil se destaca em produtos de beleza

Os hábitos brasileiros de higiene, de vários banhos e muito perfume, especialmente nas regiões mais...

Veja mais
Indústria têxtil pede "paciência"

"Paciência". É o que empresários do setor têxtil argentino pedem aos pares brasileiros. Repres...

Veja mais
Tecla porta-retrato.

Sabe a geladeira que dá para escrever como uma lousa? A versão da Consul para micro-ondas prevê uma ...

Veja mais
Saraiva terá R$ 140 milhões do BNDES para expandir lojas e catálogo de livros

Um ano após adquirir a rede de livrarias Siciliano, a Saraiva assina neste mês contrato de R$ 140 milh&otil...

Veja mais