Hering ainda não sentiu efeitos da crise

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A Hering ainda não sentiu os efeitos da crise em seus negócios. Nem mesmo em 2009. A afirmação é do vice-presidente e diretor de relações com investidores da empresa, Fábio Hering. Segundo ele, mesmo nos dois primeiros meses deste ano, as vendas estão acima das expectativas. "Mas isso não quer dizer que não estamos atentos para os momentos difíceis que poderão ocorrer. Pode ser que a empresa não mantenha um crescimento tão significativo."

 

O executivo não revela o tamanho do crescimento nos primeiros meses nem as metas para 2009, mas diz que está ganhando mercado com o novo posicionamento estratégico, que em 2007 colocou coleções de menor preço nas lojas.
"O número de tíquetes mês a mês tem crescido 50% em relação ao ano anterior", disse, acrescentando que o reposionamento permite atender novos consumidores: tanto pessoas de classe mais alta, que com a crise estão economizando, quanto pessoas de renda mais baixa que ao longo de 2008 tiveram melhora salarial.

 

Mesmo com o cenário econômico de crise global, a Hering por enquanto manterá os planos de abertura de lojas para 2009, assim como projetos de ampliação e modernização do parque fabril. No total, serão investidos R$ 32 milhões em 2009, um volume um pouco menor do que os R$ 35,8 milhões de 2008.
Os investimentos se concentrarão no aumento de até 20% na capacidade produtiva total, além de abertura de 46 novas lojas, totalizando 357. As lojas franqueadas são prioridade. A empresa recentemente ampliou a produção no Rio Grande do Norte e planeja agora uma nova fábrica em Goiás.

 

Nos resultados do quatro trimestre de 2008, a Hering registrou queda no lucro líquido para R$ 9,3 milhões ante R$ 21,7 milhões registrados no quarto trimestre de 2007. A receita líquida cresceu 41,2% para R$ 163 milhões.
As vendas no mercado interno cresceram 53% para R$ 195,5 milhões e as do mercado externo recuaram 55%, totalizando R$ 5,2 milhões. A diminuição das exportações esteve relacionada com o fim das operações private label (produção com a marca de terceiros). Segundo Fábio, a empresa está priorizando apenas a exportação de marcas próprias pela maior lucratividade.

 

Mas o vilão do balanço foi o resultado financeiro: a empresa teve despesa de R$ 35,9 milhões, correspondendo a 22% da receita líquida, ante 7,1% no mesmo período em 2007. A marcação de contratos financeiros pelo valor justo, conforme determinam as novas regras contábeis, trouxe impacto negativo de R$ 46,7 milhões a essa conta.
Segundo o executivo, a operação ainda não foi desmontada. "Estamos monitorando. Desde 31 de dezembro já tivemos uma redução expressiva deste valor. Creio que em breve surgirá uma oportunidade de saída". O lucro operacional no quatro trimestre foi de R$ 51 milhões, 155% superior aos R$ 20 milhões de igual período de 2007.

 

Veículo: Valor Econômico


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