Desempenho de marca Mabe fica abaixo do esperado

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São Paulo, 25 de Março de 2009 - O agravamento da crise internacional em setembro do ano passado pegou a mexicana Mabe, fabricante das marcas GE, Dako e Mabe no Brasil, de surpresa. No dia 21 de agosto de 2008, a empresa lançou no País sua marca própria e previa um crescimento de 20% no ano. No entanto, com o colapso que se viu a seguir, escassez de crédito e desconfiança do consumidor, a fabricante viu sua maior aposta no ano, que recebeu investimentos de R$ 60 milhões, ficar bem abaixo do resultado esperado. "Nós tínhamos uma previsão que era acima do que aconteceu. As vendas foram 50% menores em relação ao que planejávamos", disse João Sérgio Dias, diretor de marketing. O crescimento no ano também ficou abaixo dos 20% esperados, fechando com alta de 10%, para R$ 1 bilhão.

 

"Não tínhamos uma visão da dimensão da crise naquele momento e o mercado teve uma redução expressiva nos últimos meses do ano", afirmou. "E nós lançamos a marca durante o furacão", disse. Menos de um mês após o lançamento, o banco norte-americano Lehman Brothers quebrou, agravando e espalhando a crise financeira.

 

Apesar do cenário de incertezas que persiste até agora, a Mabe não se mostra acuada pelos últimos acontecimentos. "Estamos pensando a longo prazo", disse. Nos dois primeiros meses do ano, segundo Dias, as vendas ficaram estáveis em relação a 2008. Mas, mesmo assim, a empresa está trazendo ao País a linha GE Monogram, de alto luxo. Com foco nos público de renda mais alta, os produtos da nova linha serão importados do México e da Europa e vendidos apenas por encomenda. A linha marca a entrada da empresa em um novo canal de vendas, por meio de arquitetos e decoradores. Além disso, a companhia está negociando a venda direta com algum varejista - um dos cotados é a Fast Shop - e também negocia com construtoras. As concorrentes BSH Continental - dona das marcas Bosch e Continental - e a Whirlpool, dona das marcas Kitchen Aid, Brastemp e Consul, também vendem linhas de produtos específicas no mesmo sistema.

 

A expectativa de Dias é que a nova linha alcance vendas de R$ 7 milhões em doze meses a partir de junho, quando os produtos começam a chegar ao Brasil. Segundo ele, apesar da crise, a intenção da empresa é posicionar a nova marca no mercado, que deve se recuperar a partir do próximo trimestre. Para 2009, a previsão de crescimento é de 10%. Considerando os principais produtos da linha branca (fogões, refrigeradores e lavadoras), a Mabe possui 15% de participação de mercado, de acordo com Dias.

 

Reajuste de preços

 

No ano passado, o aumento das commodities metálicas impactou os custos dos eletrodomésticos, principalmente dos fogões. Apesar disso, a Mabe preferiu não repassar os aumentos na ocasião. Agora, apesar dos preços dos metais estarem em queda, a empresa sente a necessidade de repassar custos acumulados desde 2008.

 

Segundo Dias, a fabricante já está fazendo os reajustes. Até agora, os eletrodomésticos da empresa tiveram alta de 3%, em média. Mas o executivo afirmou que será necessário um aumento de até 10%, dependendo da categoria de produto. Os importados também foram fortemente impactados por conta da desvalorização do real no final do ano passado.

 

Aquisição

 

Por conta da crise internacional, Dias afirmou que estão paralisadas as negociações para a aquisição da divisão de eletrodomésticos da General Eletric (GE). As duas empresa possuem um acordo para a produção e comercialização na América Latina, mas a intenção da Mabe é comprar a divisão no mundo todo.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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