A Lego, empresa dinamarquesa do segmento de brinquedos para montar, fechou 2008 com aumento de 21% no faturamento em relação a 2007, 8 pontos percentuais acima do projetado pela companhia, cuja expectativa para este ano é de aumento de 20% na receita. Para isso, a empresa vai renovar 80% do sortimento e ao longo do ano serão lançados mais de 140 brinquedos para crianças e adolescentes.
O diretor de Operações da M. Cassab, que representa e distribui o produto no Brasil, Robério Esteves, afirmou que devido ao fato de a Lego ter registrado faturamento acima do esperado, ficou difícil afirmar se a empresa foi afetada pela crise. "Talvez, sem a crise, nossos resultados tivessem sido melhores. Temos consciência da crise, mas não sabemos o tamanho nem a duração, por isso neste ano iremos manter a renovação da linha e os investimentos em marketing", afirmou o executivo.
Esteves explicou que em 2008 a empresa fez planejamento para que a distribuição dos brinquedos fosse feita com antecedência. Segundo ele, o grupo antecipa a distribuição dos produtos, garante o abastecimento de brinquedos em todas as lojas e investe em comunicação para reforçar a imagem da empresa.
"O mais importante é que as vendas finais, do varejo para os clientes, foram positivas. Por mais que estejamos vivendo em incerteza, a crise não afetou os pequenos consumos e sim os grandes investimentos", disse Esteves.
O faturamento mundial da companhia cresceu 20% em 2008 na comparação com o ano anterior. O lucro líquido de 2008 ficou 31,5% acima do registrado em 2007. A empresa não divulgou os valores.
A Lego produz 22 bilhões de unidades no mundo e os produtos são distribuídos em mais de 130 países. A empresa é líder do mercado no segmento de brinquedos de montar e o Brasil está entre os 50 maiores mercados do grupo.
Para Esteves, a matriz da empresa está confiante no potencial de crescimento do mercado brasileiro, devido ao grande número de crianças e por o país ter sido menos atingido pela crise do que outros países.
No Brasil, a Lego possui 75% de participação de mercado de brinquedos para montar, segundo o diretor. A empresa disse que todas as linhas da Lego apresentaram resultados de vendas satisfatórios.
A companhia citou que as linhas Lego Batman e Star Wars, inspiradas em filmes, também contribuíram para a marca alcançar os bons índices.
"Temos liberdade de trazer 100% dos produtos para o mercado brasileiro. As crianças têm informações pela internet e sabem quais são os lançamentos em todo o mundo, por isso precisamos ter esses produtos para o público nacional", disse.
A Lego possui linhas com brinquedos para crianças de 1 ano e meio até 16 anos. Os brinquedos começaram a ser produzidos em 1932 por Ole Kirk Christiansen, eles eram feitos de madeira.
"O brinquedo por ser inacabado, precisando ser montado e remontado pelas crianças, torna-se perene. Além disso, ele estimula a coordenação motora e o raciocínio lógico em crianças e adolescentes", explicou.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ