Atolada em dívidas, Nilza pede recuperação judicial

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A Indústria de Alimentos Nilza, que já deteve 15% do mercado de leite longa vida do Estado de São Paulo entrou com pedido de recuperação judicial. As duas unidades que restavam à empresa, em Ribeirão Preto (SP) e em Itamonte (MG), continuam operando, não com a mesma capacidade, tampouco com o mesmo número de funcionários.

 

O pedido veio acompanhado de demissões sobre as quais a Nilza não se manifestou. O número de funcionários dispensados não foi informado, pelo contrário. Em comunicado oficial divulgado à imprensa, a Nilza mascara as demissões com um argumento encarnado em um suposto "esforço para minimizar os impactos sociais que a crise financeira representa, uma vez que hoje dependem da Nilza mil empregados diretos, 10 mil empregos indiretos, 30 representantes comerciais, 17 distribuidores e 50 vendedores dos distribuidores".

 

No mesmo comunicado, a empresa associou o pedido "aos efeitos da grave crise financeira mundial, que afeta fortemente as empresas brasileiras" e alegou que, "após várias tentativas de renegociação com instituições financeiras credoras, teve como única saída impetrar o pedido de recuperação judicial, apoiada na Lei nº 11.101/2005".

 

Ainda em dezembro do ano passado, o endividamento da Nilza chegava a R$ 200 milhões, de acordo com o presidente da empresa Adhemar de Barros Neto, "R$ 170 milhões a longo prazo e o restante refere-se à perda de 60% do capital de giro". Ainda de acordo com Barros, a companhia devia R$ 6 milhões aos fornecedores. Na época foi admitido ainda um débito de R$ 1 milhão com esses prestadores de serviços. O passivo referente aos fornecedores chegava a R$ 4 milhões. Os produtores de leite também estariam sem receber há pelo menos dois meses.

 

Depois de adquirir a companhia em 2005, Adhemar de Barros Neto tentou desbravar o mercado de lácteos com a compra disputada a milhões da mineira Montelac. Na operação, R$ 120 milhões foram aportados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES). O Banco ficou com uma fatia de 35% da empresa, e a empresa com uma dívida de R$ 200 milhões.

 

Até ir parar nas mãos de Barros Neto, a Nilza era administrada por cooperativas. No início deste ano, a empresa perdeu a primeira queda de braços com a crise e fechou a unidade adquirida da Montelac em Campo Belo (MG), agora pede socorro para não dar o braço a torcer e fechar as outras duas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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