Vendas de medicamentos mantêm alta em 2009

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Apesar da crise financeira mundial, o setor farmacêutico acumula crescimento nas vendas de 6,4%, entre março de 2008 e fevereiro de 2009, no total de unidades vendidas. Já os genéricos registraram incremento de 18,2% no período. Em reais, o crescimento foi de 10,86% do mercado total e de 23,30% dos genéricos nos últimos 12 meses. O presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), Ivanilton Galindo, afirma que o faturamento do setor até a distribuição foi de R$ 10 bilhões em 2008 e que o aumento esperado na receita para este ano é de 6% a 8%.

 

Galindo diz que são vários os fatores que impulsionam o crescimento e deixam o setor à margem da crise. Ele afirma que houve uma melhor distribuição de renda no Brasil, o que facilitou o acesso de muita gente aos medicamentos. Também cita a redução de preços provocada pela entrada dos genéricos e ampliação do número destes produtos no mercado e o envelhecimento da população, que cada vez consome mais remédios e mais vitaminas. "Nos últimos meses, a demanda permaneceu nos mesmos níveis, por isso a indústria não precisou promover férias coletivas ou demissões", afirma Galindo.

 

Até o final deste mês, os fabricantes poderão reajustar os preços em até 5,85%, conforme autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Muitas indústrias, porém, podem não aplicar o reajuste. O gerente de Marketing da GeoLab, de Anápolis (GO), Rodrigo Nóbrega, afirma que em alguns produtos, de maior concorrência, a empresa não vai mexer no preço, mesmo com a alta do dólar.

 

Grande parte da matéria-prima utilizada pela indústria farmacêutica é importada. Há cinco anos no mercado, a GeoLab é uma empresa de médio porte, com produção de 12 milhões de unidades/mês e mais de 500 funcionários. A capacidade instalada da indústria, segundo Nóbrega, de 15 milhões de unidades/mês, não será totalmente utilizada em 2009, mesmo com o crescimento esperado de 10% a 15% na produção.

 

A GeoLab trabalha com similares (70% da receita), genéricos e fitoterápicos. Lançou, este ano, nove produtos, entre eles, o primeiro colírio similar do Brasil, Alphabrin, na Abradilan Farma 2009, feira nacional do setor que ocorre em Florianópolis esta semana. O similar vai custar 32% mais barato do que o chamado medicamento referência, que é o Alphagan. "Nossa previsão é de lançar 30 produtos até o final do ano", diz Nóbrega. Atualmente, a empresa trabalha com 200 produtos em linha.

 

A Dermogel, de Olinda (PE), também não sentiu os reflexos da crise. Reestruturou a empresa em 2008 e fechou com faturamento de R$ 2 milhões. Para 2009, a perspectiva é de obter receita de R$ 9 milhões. Com 44 anos no mercado, a Dermogel voltou-se para a inovação e lançou vários produtos exclusivos, cosméticos com funcionalidades terapêuticas. O creme hidratante para os pés trata também as fissuras, rachaduras, aumenta a circulação e tem ação esfoliante. Uma linha completa de óleos vegetais e bactericidas trata de varicosas e dermatites (escaras e queimaduras).

 

A produção da empresa, de 1,3 milhão de unidades, será 60% superior em 2009, em relação a 2008. Deste total, 600 mil itens são de óleos e nove novas linhas serão lançadas ainda este ano. Um dos produtos que está para chegar ao mercado é o alisante natural que poderá ser utilizado até por crianças, grávidas e pessoas com alergias. O gestor Comercial da Dermogel, Fernando Moraes, afirma que a estimativa durante a feira é de geração de R$ 400 mil em negócios.

 

A Abradilan congrega 85 distribuidoras brasileiras de medicamentos que movimentam R$ 100 milhões/mês com a distribuição de entre 60 milhões e 70 milhões de unidades/mês, sendo 95% genéricos ou similares. A Abradilan prepara agora proposta para apresentar em julho ao Conselho de Política Fazendária (Confaz) e nas secretarias da Fazenda dos estados brasileiros com o objetivo de unificar a tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo Galindo, cada estado aplica uma alíquota que varia de 10% a 40% e se o produto estiver em promoção, esta não é considerada e o tributo incide no maior preço de venda.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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