Três dias depois da rede varejista Ponto Frio ser colocada à venda, pelo menos uma empresa já manifestou abertamente sobre seu interesse no negócio: o Grupo Silvio Santos, que atua no varejo por meio da rede Baú Crediário (antigas Lojas do Baú). Em pleno processo de expansão, a aquisição ajudaria a empresa a alcançar mais rápido o objetivo de se tornar uma das maiores companhias de varejo do País.
O interesse, no entanto, ainda não passou de uma conversa entre o presidente do Grupo Silvio Santos, Luiz Sebastião Sandoval, e o presidente do Ponto Frio, Manuel Amorim. "Vamos entrar em contato com o Goldman Sachs (que está intermediando a negociação) para obtermos detalhes da empresa e formularmos uma proposta", afirma Sandoval. Sem entrar em detalhes sobre o valor ou o tipo de negociação que está disposto a realizar, o executivo afirma que a empresa, que faturou R$ 120 milhões no ano passado, possui dinheiro em caixa para concretizar o negócio. "Mas nem sempre é condizente usar só o dinheiro da empresa. Podemos fazer um financiamento", diz avaliando que a disponibilidade de crédito está crescendo no mercado financeiro. "O dinheiro está caro, mas a tendência é baratear."
A compra do Ponto Frio (com 458 lojas) pode ajudar a rede Baú Crediário a cumprir algumas promessas. No ano passado, a empresa havia anunciado planos de chegar a 224 pontos-de-venda até 2014. Mas pelo ritmo de inaugurações, tudo indicava que a empresa terá que apertar o passo para alcançar a meta. Em agosto do ano passado, um ano depois do lançamento da nova marca, a empresa havia aberto apenas dez unidades. Hoje, conta com 15 lojas em funcionamento no Estado de São Paulo e não conseguiu avançar fronteira paulista, plano que havia anunciado em 2008. "Só vamos sair depois de cobrir o interior de São Paulo", diz Sandoval. "A grande dificuldade de abrir uma loja é encontrar a localização adequada e negociar o ponto", completa.(
Veículo: Gazeta Mercantil