Chuva afeta vendas de sacolão

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Sacolões de Belo Horizonte enfrentam dificuldades em manter o volume de vendas em função do aumento de preço das mercadorias que chega em alguns casos a até 200%, por causa do volume elevado de chuvas em março. Para manter o ritmo de comercializações alguns empreendedores da Capital reduzem a margem de lucro, enquanto outros repassam toda a majoração dos hortifrutigranjeiros para o consumidor final.

 

No Varejão da Fartura, no bairro Nova Esperança (região Nordeste), há cerca de 20 dias os produtos disponíveis para o abastecimento dos estoques estão com baixa qualidade. De acordo com o gerente-geral, Alexandre Alves, antes deste período, os preços haviam recuado em função da estiagem, mas voltaram a subir depois que as chuvas recomeçaram.

 

A tendência, segundo ele, é que a partir de abril as precipitações deem uma trégua, o que deve fazer com que os valores das mercadorias recuem. "Apesar dos preços altos e da qualidade baixa não verificamos redução na demanda, pois os consumidores que estão atentos às oscilações de mercado percebem que as condições de compra são iguais em todos as empresas do setor", destacou.

 

A redução na oferta dos produtos está prejudicando tanto o abastecimento do sacolão. Algumas hortaliças estão sendo compradas em São Paulo. "Só em outros estados conseguimos encontrar qualidade um pouco melhor", destacou. Segundo Alves, não pode faltar nas prateleiras alface, couve, salsa e cebolinha.

 

Segundo o proprietário do Varejão Super Mais, no bairro São João Batista, na região de Venda Nova, José Marcos da Silva, a aparência ruim e o os preços altos de frutas, verduras e legumes fazem com que o volume de vendas seja menor nesta época do ano. "Verificamos dois movimentos contraditórios ao mesmo tempo. Se os produtos estivessem caros e bons, não teríamos prejuízo", ressaltou.

 

Porém, o empreendedor ressaltou nos primeiros meses do ano é comum que as condições climáticas dificultem a produção fazendo com que a oferta seja reduzida. Todas as compras da empresa são realizadas nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas).

 

Tomate - De acordo com o gerente do Superfeirão da Economia, Edmar Augusto da Silva, o aumento de preços está sendo verificado de forma generalizada junto aos fornecedores. Um dos produtos mais sensíveis à variação climática, que sofre tanto com excesso de chuvas quanto de calor, é o tomate, que teve aumento de cerca de 200% nos últimos 20 dias.

 

O sacolão, localizado no bairro Mantiqueira, em Venda Nova, chegou a comprar uma caixa de tomate a R$ 15 e hoje encontra o produto por R$ 30. O saco de batata que há menos de um mês era vendido por R$ 30, é comprado pelo gerente por R$ 80, somando aumento de 166,66%. A caixa de chuchu também sofreu valorização de de 50%, passando de R$ 20 para R$ 30.

 

Segundo o gerente, a majoração está sendo repassada para os produtos nas prateleiras. "Não temos como absorver os aumentos e também não podemos deixar de oferecer os produtos", destacou. O incremento dos preços pode ser verificado também nas hortaliças mais vendidas como couve, com alta de 50%, e alface que foi reajustado em 20%.

 

Porém, mesmo com produtos mais caros e com qualidade inferior, o comerciante não tem a opção de não comprar. "O consumidor quer chegar no sacolão e encontrar variedade. Não podemos deixar de vender alguns produtos porque assim corremos o risco de perder o cliente", ponderou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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