Crise segura reajuste de remédio

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Laboratórios e varejo devem esperar um pouco mais para repassar aumento autorizado

 

O reajuste de 5,9% nos preços dos medicamentos em vigor desde ontem não vai chegar tão cedo aos consumidores. O estoque das redes de varejo e a crise econômica devem segurar os aumentos.

 

Ciro Mortella, presidente-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica(Febrafarma), associação que representa os fabricantes de medicamentos, afirma que certamente os laboratórios vão alterar suas tabelas, mas a expectativa é que os preços atuais sejam mantidos por meio da concessão de descontos nas negociações com o varejo.

 

Na opinião de Mortella, a retração da economia verificada desde novembro não permite repasses de custos neste momento e a tendência é a manutenção dos atuais patamares. “Ainda que algumas empresas alterem seus preços, a tendência da maioria, por enquanto, é manter”, afirma.

 

O dirigente da Febrafarma diz que os descontos no preço final variam de acordo com os laboratórios e os produtos. “Nos genéricos a diferença pode chegar a 70%”, afirma. Na média geral, no entanto, acrescenta Mortella, fica entre 18% e 20%.

 

Ele acredita que a concorrência tanto entre os laboratórios quanto no varejo será determinante para a definição dos preços. “Quem tiver maior poder de negociação vai poder oferecer melhores alternativas tanto às farmácias quanto estas aos consumidores”, diz.

 

Para Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o repasse vai depender da capacidade de compra de cada estabelecimento. Segundo ele, as grandes redes têm maior condição de negociar manutenção ou redução de preços, já que compram grandes quantidades. “Talvez este segmento minimize os efeitos dos aumentos para o consumidor.”

 

Já para as farmácias pequenas, diz ele, será mais difícil manter os preços, uma vez que contam com menor poder de barganha com os fabricantes. Segundo Barreto, a margem de lucro do varejista é de 2% em média, o que impede reduções ou manutenção de preços que não sejam baseadas no volume de compra.

 

O reajuste, definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão subordinado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é anual, para cerca de 20 mil apresentações de medicamentos.
 
 


Veículo: Jornal da Tarde - SP


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