Feijão é o maior vilão da cesta básica

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Quilo do produto passa de R$ 4,53 para R$ 12,28 em 12 meses, aumento superior a 170%


A cesta básica em São Paulo teve alta de preço de quase 24% entre setembro do ano passado e agosto deste ano, conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Dos 13 itens que fazem parte da cesta, o feijão foi o maior vilão da majoração de preços.

Em setembro do ano passado, segundo o Dieese, o consumidor pagava R$ 4,53 pelo quilo do produto. Em agosto deste ano o quilo do grão passou a custar R$ 12,28, aumento superior a 170% (veja quadro).


Para o proprietário da Cerealista Quatiguá, Francisco Lopes, a alta de preço ocorreu principalmente porque os produtores substituíram a cultura do feijão pelo plantio da soja e do milho. São produtos que tiveram valorização recente de preço, com opção de serem exportados.

Lopes acredita que até o fim do ano não há margem para redução no preço do feijão. Se os agricultores aproveitarem a alta de preço para voltar a plantar o grão, é possível que no primeiro semestre de 2017 o consumidor pague menos pelo feijão.


Apesar do preço mais salgado, as vendas do produto não tiveram retração. O proprietário da cerealista diz que a atual crise econômica fez que muitas pessoas trocassem a alimentação fora de casa ou o consumo de itens mais elaborados pelo tradicional arroz e feijão.


Em relação à maioria dos produtos da cesta básica, o economista e docente das Faculdades Integradas de Jaú Paulo Afonso entende que o início da estação chuvosa deverá melhorar a irrigação e reduzir o preço de alguns itens. “O clima é dos principais motivos de alta no preço dos produtos”, explica Afonso.

Leite

Essa situação já provocou queda no valor do leite. Na semana passada o Comércio publicou reportagem mencionando que em agosto a caixinha do leite longa vida chegou a custar mais de R$ 3. A queda de preço começou em meados de agosto, com alguns estabelecimentos vendendo o litro do produto a R$ 2,19.

O preço mais alto foi justificado pela estiagem, com menos pastagem para o gado, e aumento no preço dos insumos usados na fabricação de ração, em especial milho e soja.

Dos itens da cesta básica, o único que teve redução de preço nos últimos meses foi a carne. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), os preços da arroba do boi gordo encerraram agosto com a maior queda acumulada mensal de 2016.

O motivo é que muitos frigoríficos estiveram fora do mercado em alguns dias de agosto, porque receberam animais comprados anteriormente ou por não precisarem preencher totalmente as escalas de abate. Além disso, parte das unidades evitou adquirir grandes lotes, por causa do fraco desempenho das vendas da carne no mercado atacadista.

Fonte: Comércio de Jahu


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