Pela sétima semana consecutiva, o preço médio do leite apresentou queda no Grande ABC, segundo a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) divulgada ontem. O levantamento acompanha o preço de 34 produtos em 17 supermercados das seis cidades da região, com exceção de Rio Grande da Serra.
A cotação feita pela Craisa leva em conta o produto mais barato de cada estabelecimento. A pesquisa apresentou recuo de 7,06% no preço do item, que chegou a custar R$ 3,88 na terceira semana de julho, maior preço do ano, e hoje é vendido por R$ 3,03, em média (neste mesmo período, em 2015, saía por R$ 2,23).
“Influenciam as variações da inflação e as oscilações do clima, pois o tempo frio e seco do inverno prejudica a qualidade das pastagens, o que faz com que os custos de produção subam, em decorrência da suplementação da alimentação do rebanho. Nesse período, também, há expectativa de consumo maior do que no verão, o mesmo que acontece com o café, então o preço sobe”, explica o engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto.
Entre as altas verificadas na semana estão a alface, que subiu 9,63% (R$ 2,05); a cebola, com incremento de 5,39% (R$ 1,76 o quilo); e o arroz, com aumento de 4,03% (R$ 11,61 o pacote de cinco quilos). Para efeito de comparação, no entanto, em igual período em 2015, a cebola exibia valor ainda superior, custando R$ 4,62 o quilo. “No ano passado seu custo estava muito acima, o que estimulou superprodução neste ano. Já o custo da alface se deve à maior demanda, já que consumo de folhas, frutas e legumes aumenta no calor”, conta De Benedetto.
O engenheiro afirma também que, nos próximos meses, o feijão deverá apresentar retração no preço, e a justificativa está na primavera, quando o plantio é maior. A escalada de preços iniciada em maio, e que atingiu o maior valor do ano na segunda semana de agosto, aos R$ 8,50, estimulou a produção. Nesta semana, o item teve alta de 1,15%, custando R$ 7,01. Nos sete dias anteriores, o valor era de R$ 6,93. Um ano atrás, para se ter ideia, saía por R$ 2,68.
Por outro lado, além do leite, a bolacha maisena (-7,69%), a margarina (-6,31) e batata (-4,87%) apresentaram queda no custo. “A batata estava cara em julho, porque no fim de março choveu muito e se plantou pouco. No inverno, porém, é melhor para plantar e, agora, o valor está em queda porque é época de colheita”, explica. O quilo, que chegou a R$ 7,24 em julho, está em R$ 3,71.
O custo da cesta básica nesta semana ficou praticamente estável no Grande ABC, com recuo de 0,34%, o que significa economia de R$ 1,89 para o consumidor. A soma dos 34 itens fechou em R$ 552,06. “As variações na cesta têm várias hipóteses, entre elas, é que provavelmente estávamos vivendo momento de especulação por conta da política e economia. A variação cambial, as estações e os climas influenciam diretamente no plantio de alimento, no consumo e, consequentemente, no valor.”
Fonte: Jornal Diário do Grande ABC